Páginas

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

A ESPERA DO 13º SALÁRIO


   Ele se tornou motivo de polêmica nesta eleição, quando uma conversa com empresários no Sul do País foi alvo de críticas do general Hamilton Mourão, vice de Jair Bolsonaro. Mas o candidato do PSL se apressou em corrigir o companheiro de chapa e disse que ninguém mexe no 13º. Instituição sagrada dos trabalhadores, uma ameaça a esse direito desestabiliza qualquer candidatura a presidência da República tivesse essa intenção. Trata-se de uma cláusula pétrea da Constituição. Isso significa que não pode ser suprimido sequer por proposta de emenda constitucional. 
   E não é só trabalhador que espera pelo salário a mais no final do ano. Empresários dos mais variados ramos entendem que o 13º vai garantir um Natal mais gordo para o comércio, indústria e serviços. Criado em 1962, o honorário é pago a trabalhadores com carteira assinada, aposentados, pensionistas e servidores públicos. Em 2018, o pagamento do benefício vai injetar R$ 211,1 bilhões na economia brasileira até dezembro. O valor representa cerca de 3% do Produto Interno Bruto do País. A economia paranaense deve receber cerca de R$12,5 bilhões, em torno de 2,9% do PIB estadual. 
   Dos R$ 211,2 bilhões pagos, os empregados do mercado formal ficarão com 66%, ou R$ 139,4 bilhões. Os aposentados e pensionistas receberão R$71,8 bilhões, ou 34%; Em entrevista na edição de segunda-feira (22), especialistas de economia dão dicas de como aproveitar melhor essa remuneração extra. Para quem estiver endividado – o caso de 89% das famílias paranaenses – a dica é pagar as dívidas e entrar 2019 com as contas em dia. As taxas de juros de cartões de créditos, cheque especial e crediários de lojas são maiores do que o rendimento de aplicações financeiras e da poupança. 
   Quitar as dívidas é um destino quase sempre certo do abono garantido por lei. Nestes anos difíceis da economia brasileira, mais do que comprar o presente de Natal ou fazer a tão sonhada viagem de férias com a família, o 13º acaba representando a saída de emergência para quem viu o salário encolher diante da inflação e das constas a pagar. É o jeito mais racional de usar o benefício. E torcer para que 2019 traga a possibilidade de planejar as contas para que as famílias e as administrações públicas consigam gastar menos do que recebem. (FONTE: Editorial do jornal FOLHA DE LONDRINA, opinião@folhadelondrina.com.br página 2, coluna FOLHA OPINIÃO, segunda-feira, 22 de outubro de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

Nenhum comentário:

Postar um comentário