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terça-feira, 1 de agosto de 2017

UM REAJUSTE RECORDE


   A avaliação do governo Michel Temer, que vem despencando a cada pesquisa, pode cair ainda mais após o aumentos do impostos sobre os combustíveis na semana passada. A pesquisa semanal de preços da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) apontou que a alta da gasolina foi recorde em todo o País. O combustível subiu, em média, 8,22%, o maior desde que a ANP começou a fazer a pesquisa de preços, em 2004. A alta também foi bastante expressiva para o etanol hidratado e para o óleo diesel, respectivamente, 8,86% e 5,05%. No caso do etanol, foi a segunda maior da série histórica. Para o diesel, foi a quarta maior. Conforme a pesquisa, o litro de gasolina subiu, em média, R$ 0,285 em relação à semana anterior. O preço médio foi para foi para R$ 3,749 por litro. Antes de julho de 2017, o maior reajuste foi verificado pela ANP em setembro de 2005, alcançando 7,85%. A alta observada na semana passada foi causada pelo aumento nas alíquotas de PIS/Cofins anunciado pelo presidente Temer em julho. A justificativa do governo federal era fazer um reforço de caixa para evitar o descumprimento da meta fiscal. No caso da gasolina, o valor dos impostos dobrou, passando a R$ 0,41 por litro. A solução amarga encontrada pelo governo federal para garantir o caixa gerou polêmica e o aumento do PIS/Cofins chegou a ser suspenso na Justiça por liminar – derrubada um dia depois. O problema é que o reajuste impacta na cadeia dos preços, justamente porque a maioria dos produtos – da agricultura à indústria – depende do transporte rodoviário para chegar ao seu destino final. Um novo capítulo dessa novela deve gerar mais confusão e insatisfação. Caminhoneiros de vários Estados, classe bastante afetada pela alta do preço, prometem parar nesta terça-feira (1º) e fechar as principais rodovias do país. Se a ameaça se concretizar, o Brasil terá um dia de caos, justamente na véspera da Câmara votar a admissibilidade da denúncia contra Temer por corrupção passiva. (OPINIÃO, página 2, terça-feira 01 de agosto de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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