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segunda-feira, 31 de julho de 2017

ECONOMIA NOSSA DE CADA DIA - por Marcos Rambalducci


   A TAXA BÁSICA DE JUROS E SEUS IMPACTOS SOBRE NOSSO COTIDIANO

   Na última quarta-feira (26) o Comitê de Política Monetária (Cupom) anunciou redução de 1% na taxa básica de juros, estipulando uma meta de 9,25% para este próximo período de 45 dias que precede a próxima reunião do Comitê. Fica a pergunta de qual o impacto desta redução sobre nós, trabalhadores e consumidores. 

   A TAXA BÁSICA DE JUROS

   A taxa de juros define qual será o preço pago ou recebido pelo dinheiro emprestado. 
A taxa de juros utilizada para as operações de empréstimo de curtíssimo prazo entre os Bancos é denominada taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia), também conhecida como Taxa Básica de Juros. 

   DEFINIDA PELO COPOM 

   Esta taxa Selic é definida por um comitê composto pela diretoria do Banco Central, que se reúne a cada 45 dias, e que é denominado de Comitê de Política Monetária - Copom. 

   REGIDA PELA INFLAÇÃO 

   A função mais elementar do Banco Central é o de garantir a estabilidade e o poder de compra da moeda, em outras palavras, controlar a inflação. 
   A taxa de inflação com que o Banco Central se comprometeu ara 2017 é de 4,5% com tolerância de 1,5% para cima ou para baixo. 

   FUNCIONA ASSIM 

   Imagine que em determinado momento, exista na economia, mais dinheiro do que produtos disponíveis (bens e serviços).
   Essa condição de maior demanda que oferta faz com que o preço dos produtos tenda a subir e um subida generalizada caracteriza inflação. 

   PARA EVITAR A INFLAÇÃO

   Para conter a inflação então é necessário, ou aumentar a oferta, ou diminuir a demanda. 
   Como aumentar a oferta é demorado – e aí a inflação já se instalou, a solução é conter a demanda. 

   ENXUGAR A BASE MONETÁRIA

   A estratégia do Banco Central para conter a demanda é diminuir a quantidade de dinheiro disponível. 
   Para tanto, o Banco Central, por meio do Copom, aumenta a taxa Selic, que é utilizada para balizar os juros pagos por títulos públicos. 
   Esta manobra torna atrativo a quem tem dinheiro, emprestá-lo para o governo, e isso é feito pela compra de títulos públicos para aproveitar essas taxas de juros. 
   Isto deixa menos dinheiro disponível na economia para ser usado para consumo ou investimento. 

DIMINUI A PRESSÃO DE DEMANDA

   Agora, se alguém quiser dinheiro emprestado, seja para investimento – no caso das empresas , seja para o consumo final – no caso das famílias, terá que pagar juros mais caros. 
   Ora, isto refreia a vontade destes agentes econômicos em fazer gastos, reduzindo a pressão de demanda e consequentemente o preço dos bens e serviços. 
    Observe que tal medida contém a inflação por meio da redução da produção e o consumo, portanto, é uma medida recessiva, por excelência. 

   COM INFLAÇÃO COMPORTADA

   Quando a inflação está dentro dos parâmetros estabelecidos, o governo pode, aos poucos, afrouxar esta política monetária, baixando os juros. 
   Esta baixa dos juros estimulará o investimento e a demanda, ajudando a economia a retomar uma curva de crescimento.
   Lembrando que este movimento pode geral inflação e, portanto, cabe ao Banco Central monitorar constantemente os preços para agir no momento que a inflação dê sinais de descontrole.

   BOM PARA TODOS NÓS

   A decisão do Copom em reduzir a taxa Selic é, em última instância, uma medida que tende a aumentar a produção, destravar o crédito, gerar mais consumo e mais empregos. 
   Mas o Banco Central precisa ter um olho no peixe e outro no gato, pois o recrudescimento da inflação põe a perder todos os ganhos obtidos. 
   Haverá quem possa pensar que o importante é manter baixas as taxas de juros e que se esqueça da inflação. Ledo engano. Escreverei sobre os malefícios da inflação em próximo momento. (FONTE: Crônica de MARCOS J. G. RAMBALDUCCI, professor doutor da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) e consultor econômico da Acil economianossa@folhadelondrina.com FOLHA ECONOMIA & NEGÓCIOS, página 5, coluna ECONOMIA NOSSA DE CADA DIA – por Marcos Rambalducci, segunda-feira, 31 de julho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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