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terça-feira, 4 de julho de 2017

INSETO CRESCE COMO OPÇÃO DE COMIDA, MAS REPULSA DEVE FAVORECER RAÇÕES

Produção de bolinhos com larvas comestíveis na Holanda

   Empresas investem em produção de bichos como alternativa à carne na alimentação 
   Entre os empreendedores que buscam inovar o setor de comida, o apetite por insetos está em alta, agora que os benefícios ambientais e de saúde de grilos, moscas e vermes começam a ser conhecidos. 
   Com a expectativa de que a população do planeta cresça para 10 bilhões em 2050 – e com ela, a demanda por alimentos -, número pequeno mas crescente de empresas está explorando o potencial dos insetos como fonte de comida e ração animal. 
   Os insetos são eficientes, têm um impacto ambiental menor que outros animais usados como comida e tor elevado de proteína, bem como vitaminas e minerais. 
   “Os pioneiros do setor estão percebendo oportunidades”, disse Patrick Durst, da FAO (Organizações das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura). “Existe claramente um mercado para insetos comestíveis , e os empreendedores que não têm medo do risco estão agindo para explorá-lo”, acrescentou.
   Governos, organizações filantrópicas e fundos especializados em agronegócio estão apoiando essas start-ups.

    MILK-SHAKE

   O mercado de insetos comestíveis, que inclui milk-shakes e biscoitos de proteína feitos de pó de grilo e comidas feitas de larvas de drosófilas e minhocas, foi avaliado em cerca de US$ 100 milhões e deve crescer para mais de US$ 1,5 bilhão em 2021, de acordo com a Arcluster, empresa de Cingapura que pesquisa tendências. 
   O número de start-ups que trabalham com comidas feitas de insetos é tamanho que o mercado do segmento parece superlotado nos Estados Unidos, de acordo com a Aaron Dossey, que fundou a All Things Bugs em 2011. 
   A empresa, maior fornecedora de pó de grilo dos EUA, lucrou US$ 300 mil em 2016. 
   Ainda que insetos sejam parte do cardápio para 2 bilhões de pessoas, Chris Nan, da Arcluster, disse que comer insetos continua a causar “nojinho”. Por isso, algumas das maiores oportunidades nos EUA e na Europa, provavelmente estarão associadas ao uso de insetos para rações. 
   A Protix, holandesa que produz ração com moscas, recebeu investimento de US$ 45 milhões, o maior valor obtido pelo segmento até agora. 
   “Estamos cultivando vastas quantidades de grãos em uma parte do mundo para alimentar animais em outra. Insetos são parte da solução para reduzir o impacto ambiental”, disse Kees Aarts, presidente-executivo da Protix. 
   Os desafios para o setor de insetos comestíveis são a falta de legislação que o regulamente e a dificuldade de ampliar a escala. A União Europeia aprovou o uso de insetos para peixes. TRADUÇÃO DE PAULO MIGLIACCHI, (FONTE: DO “FINANCIAL TIMES”, página A24 >foco, folhainvest, segunda-feira, 26 de junho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE S.PAULO).

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