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quarta-feira, 5 de julho de 2017

GUERRAS, FOME E MISÉRIA


   O mundo produz muita comida, mas a fome parece um problema longe de ser solucionado. É uma realidade em vários continentes. Nesta semana, o alerta veio da FAO, órgão da Organização das Nações Unidas, que trata da alimentação e da agricultura. Segundo a FAO, pela primeira vez em 25 anos, a fome aumenta no planeta e reverte um processo que vinha dando sinais claros de melhoria nos países mais carentes. A má nutrição nos locais mais pobres caiu de 23,3% para 12,9% em 25 anos, num avanço inédito na história contemporânea. Há dois anos, um total de 795 milhões de pessoas pelo mundo eram afetadas pela fome, 216 milhões a menos que em 1990. Mas a taxa voltou a aumentar. Os conflitos em muito países e as mudanças climáticas estão ajudando a piorar a situação. Segundo a ONU, 60% daqueles que enfrentam a fome hoje estão em locais afetadas por essas situações. Num total, 19 países vivem uma situação considerada como crítica, seja por guerras, secas ou enchentes. Hoje, 800 milhões de pessoas estão más nutridas. A FAO alerta que a crise pode ser amenizada se as nações ricas ajudarem a aumentar as estatísticas de migração, acolhendo refugiados que fogem da violência, ajudando-os a retomarem a vida. O papa Francisco fez um apelo para que a ONU e outras entidades internacionais sejam capazes de intervir quando ficar claro que um país não é capaz de alimentar a sua população. O mundo assiste a uma crise humanitária e a hora de agir é agora. Uma alimentação digna é direito de todo o cidadão. Dois objetivos globais propostos pela ONU, o primeiro é justamente acabar com a fome e a miséria no mundo até 2030. Para muitos, é uma utopia. Mas é preciso trabalhar duro. Começar por atacar duramente as causas parece ser uma boa solução. (OPINIÃO, página 2, quarta-feira. 5 de julho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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