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quinta-feira, 13 de julho de 2017

A LEI É PARA TODOS


   O ex-presidente mais popular do Brasil e considerado mito dentro do Partido dos Trabalhadores, o PT, vai carregar agora a marca de corrupto. Aos 71 nos de idade e dono de dois mandatos à frente do Palácio do Planalto (de 2003 a 2010), Lula foi condenado pelo juiz Sérgio Moro a nove anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do Triplex do Guarujá, em São Paulo. É o primeiro ex-presidente brasileiro condenado por corrupção e a condenação é a primeira do petista na Operação Lava Jato. Lula e Moro ainda devem se enfrentar em outro processo, em que ele é acusado de participar de um esquema de corrupção envolvendo contratos entre a empreiteira Odebrecht e a Petrobras. Ele vai recorrer em liberdade. Os procuradores que integram a força-tarefa da Lava Jato consideram Lula o “líder máximo” do esquema sofisticado e sistematizado de corrupção dentro da Petrobras e em outras estatais. Para a Lava Jato, ele se manteve no poder com a ajuda de financiamento ilegal das campanhas, além de desvios e arrecadação de propina. A confissão de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, foi essencial para o processo. O empreiteiro afirmou categoricamente que o apartamento era de Lula. Como se esperava, a condenação causou euforia em alguns grupos e revolta em outros. Se a sentença em segunda instância também for desfavorável a Lula, o político ficará impedido de ocupar cargo público por 19 anos. A condenação repercutiu na imprensa internacional e os mais importantes veículos de comunicação noticiaram a decisão de Moro. É lamentável que um homem eleito com a promessa de combater a corrupção e defender os mais pobres termine justamente condenado por corrupção. Por outro lado, a condenação mostra que finalmente, no Brasil, a lei é para todos. (OPINIÃO, página 2, quinta-feira, 13 de julho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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