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segunda-feira, 19 de junho de 2017

MAIS UM ESCÂNDALO PARA TEMER ADMINISTRAR


   Escândalo após escândalo, o Brasil assiste à capacidade de governabilidade do presidente Michel Temer despencar. Depois de salvar seu mandato em um julgamento questionável e previsível no Tribunal Superior Eleitoral, o chefe da nação encara agora acusações sérias e graves, feitas pelo empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, em entrevista à revista Época. Segundo o executivo, Temer é o “chefe” maior e mais perigosa organização criminosa desse país”, estabelecida na Câmara dos Deputados. Junto com outros políticos do PMDB, como Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves, Geddel Vieira Lima e Moreira Franco, o presidente teria montado um esquema para receber propina em troca de apoio político no Congresso e em órgãos do governo. Diversos “favores” teriam sido pedido pelo peemedebista ao empresário deste 2010, ano em que se conheceram. As declarações de Joesley se comprovadas, escancaram mais ainda a promiscuidade da relação entre empresários e políticos no Brasil. De um lado, como o próprio Joesley reconhece, há o empresário que vê no agente público uma maneira de resolver seus problemas. Do outro lado, a sede insaciável do político por dinheiro e poder. O dono da JBS reafirmou que Temer sabia dos repasses para Cunha, mesada que garantia o silêncio do ex-presidente da Câmara – uma tentativa de impedir que a Lava Jata chegasse ao primeiro escalão do governo federal. A divulgação dos esquemas de corrupção em operações Lava Jato e Zelotes lança os políticos e os grandes partidos em um processo de desmoralização que parece não ter fim. Já se aponta que nos últimos quatros anos a Polícia Federal desbaratou quadrilhas que provocavam um prejuízo ao País de R$ 123 bilhões com esquemas de corrupção. É muito dinheiro que poderia estar sendo aplicado em saúde, educação, transporte, segurança e outras áreas. É importante que se recupere o dinheiro desviado – infelizmente apenas uma parte retorna aos cofres públicos. Porém, a sociedade espera uma mudança cultural. O caixa 2 e o pagamento de propina não podem mais continuar sendo vistos como algo natural. A Lava Jato e as outras operações em andamento precisam ajudar a mudar também o relacionamento entre empresas e políticos. (OPINIÃO, página 2, segunda-feira. 19 de junho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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