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sexta-feira, 2 de junho de 2017

LICOR TÃO INEBRIANTE QUANTO O AMOR


   Bebida milenar marcada pela versatilidade, o licor ganha receitas inusitadas e irresistíveis

   Com a origem milenar cercada de mistérios, o licor tem mantida sua área de sedução ao longo do tempo. A saborosa bebida que já foi associada a rituais de feitiçaria e ganhou fama de liberar efeitos afrodisíacos é marcada pela versatilidade podendo ser preparada com uma  lista infinita e irresistível de ingredientes. Frutas, grãos, pimentas, raízes, cachaça e outras especiarias são utilizadas como matéria-prima de inebriantes receitas. 
   Laranja com café, limão, tangerina, café com canela, damasco, anis, amora, pimenta, gengibre e chá de cidreira entre os sabores de licor preparados pela jornalista Iara Rossini Lessa. “Acho que todo mundo tem uma ligação afetiva com o licor. Para mim é uma coisa de infância, minha mãe sempre fazia. Eu nunca havia feito um licor, até que no ano passado ganhei uma quantidade enorme de jabuticaba e acabei me lembrando dos licores que ela preparava. Então revolvi me aventurar neste universo misterioso do licor”, conta. 
   A receita preparada por Iara fez tanto sucesso entre os amigos que acabou motivando a jornalista a investir em outros sabores. “O preparo do licor exige muita paciência e dedicação. Primeiro é necessário deixar a fruta ou outros ingredientes curtindo na cachaça por cerca de um mês. Durante esse período, essa mistura tem que ser mexida pelo menos três vezes por dia. Somente depois disso é que a receita é levada ao fogo onde é acrescentado o açúcar e a água. É como se o licor fosse um ser vivo. Gostei tanto da experiência que acabei criando várias receitas inusitadas”, relata. 
    A lista de licores preparados por ela já conta com 16 sabores, “É interessante porque a mesma receita pode ter sabor diferente conforme a safra da fruta utilizada. O que deixa qualquer licor irresistível é encontrar o ponto de calda perfeito, além de aroma e texturas ideais, sem deixar resíduos no fundo do recipiente onde a bebida é armazenada. Nas minha receitas, costumo utilizar mais ou menos 600 gramas de açúcar para um litro de cachaça e a mesma medida de água. O ponto exato da calda é encontrado quando caírem apenas quatro gostas da colher usada no preparo. Já os resíduos no fundo do vidro são evitados filtrando , coando ou peneirando a bebida”, revela Iara. 
   O prazo de validade de um licor caseiro, segundo ela, pode chegar a 15 anos. “A tendência é que o sabor do ingrediente usado no preparo fique mais acentuado com o passar do tempo”, diz. Quanto ao consumo, Iara ressalta que alguns sabores podem ser consumidos antes e outros após as refeições. “Os licores cítricos vão bem tanto antes quanto depois das refeições. Já os mais encorpados são excelentes para serem apreciados junto com a sobremesa. Os licores também têm servido de matéria-prima para o preparo de diversos drinks”, comenta. A jornalista mantém uma página com seu nome no Facebook onde interessados podem fazer encomendas dos licores preparados por ela. (MARCOS ROMAN – Reportagem Local. 

   FÓRMULAS SECRETAS

   O licor é uma bebida alcoólica açucarada e aromatizada com vários tipos de essência. Por terem óleos essenciais em sua composição e ajudarem na digestão, os licores são geralmente tomados após as refeições. 
   A origem dos licores está relacionada, na maioria das vezes, a lendas de amor, bruxaria e mágica. Sua fabricação é uma arte e vem sendo desenvolvida e aprimorada ao longo dos tempos. Consiste em uma bebida alcoólica de sabores diversos agradáveis. Na antiguidade, conventos tinham licores próprios considerados fórmulas secretas, cada qual com uma filosofia, história, aventura. 
O licor já foi considerado uma panaceia: remédio para todos os males
   Os primeiros licores eram constituídos de álcool açucarado com limão, rosa e flor de laranjeira. Um fator interessante é que, em alguns casos, pepitas de ouro eram adicionadas às misturas. A essa mistura era dada o nome panaceia, representando um remédio para todos os males. Aos poucos, a produção do licor foi se refinando. Isso ocorreu principalmente por intermédio dos italianos. O consumo maior da bebida foi após uma visita de Catarina de Medicis à Itália . Esta rainha levou várias receitas para a França. Da mesma forma, o rei Luís XIV era um grande apreciador de licores. (* Fonte: cpt.com.br caderno FOLHA 2, página 3,
COZINHA & SABOR, sexta-feira, 2 de junho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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