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quarta-feira, 28 de junho de 2017

ESCOLA SOLIDÁRIA

 Numa das ações mais recentes, alunos do 5º ano arrecadaram agasalhos para a Casa do Bom Samaritano: engajados, eles já planejam mais atividades solidárias

   Alunos da Escola Municipal da Vila Brasil dão uma lição de ajuda ao próximo: educação de valores e contextualizada com as aulas 

   A matemática se faz presente na contagem dos pontos do tricô e a solidariedade, no produto final, uma série de cachecóis que foram doados às crianças do Hospital do Câncer de Londrina. 
   Essa é uma das ideias que a professora Cristiane Tesche da Trindade Vilas Boas
Cristiane da Trindade Vilas Boas, rofessora: estímulo às ações solidárias contextualizadas com o conteúdo das aulas de Português e Matemática
vem desenvolvendo com os alunos do 5º ano da Escola Municipal da Vila Brasil, pensando em agregar conhecimento com a educação de valores. 
   Ao longo dos anos, a turma protagoniza ações solidárias contextualizadas com as lições dos livros. É a forma que a professora encontrou de mostrar que a matemática pode ir além dos números, podendo somar outros valores, como o respeito, acolhimento e ajuda ao próximo. 
   “A princípio, os cachecóis foram confeccionados pelos alunos para o Dia das Mães, mas como sobrou lã, resolvemos mais par doar às crianças. Nesse trabalho, as famílias também foram envolvidas. Cada criança levou a lã para casa para tricotar com os pais. Foram várias mãos, em uma espécie de corrente", lembra. 
   Com as lições de português não tem sido diferente. A professora sabe que o “beabá” pode extrapolar as fronteiras da escola e chegar por exemplo ao continente africano. No ano passado, cada aluno escreveu uma carta para estudantes de uma escola em Moçambique. 
   No texto, elas contaram um pouco dos costumes e brincadeiras do Brasil e aproveitaram para aprender algumas curiosidades daquele país. Segundo ela, a atividade envolveu a produção de texto, mas também questões de igualdade. “Dá pra conectar tudo”, completa. 
   Questionados sobre a importância de estabelecer comunicação com crianças que moram longe, a aluna Amanda Lima, 11, respondeu que é mostrar que ninguém é melhor que o outro. “As diferenças não importam, pois por dentro somos todos iguais. Foi isso que escrevi na minha carta, conta. 

   APRENDIZADO

   A professora ressalta que a educação de valores deve estar presente diariamente em sala de aula. “A sociedade em geral relaciona o papel da escola apenas com o saber científico. Mas o nosso trabalho é muito mais que isso. Nós professores temos a missão também de desenvolver nos alunos os valores de cidadania. Vivemos hoje em uma sociedade que não pensa no próximo como sua extensão”, afirma. 
   A professora diz ainda que o ponto de partida é trabalhar a autoestima e autovalorização em cada aluno. “Quando a criança gosta de si mesma, conseguimos fazer com que ela goste daquilo que está fazendo, aprendendo”, completa. 
   A última campanha de solidariedade da turma aconteceu entre maio e início deste mês. Os estudantes encabeçaram a arrecadação de roupas de inverno que foram doadas para a Casa do Bom Samaritano de Londrina – Instituição de Promoção Social de Londrina).
   Para angariar agasalhos e calças, os 22 confeccionaram cartazes e passaram de sala em sala pzra divulgar a ação. “Eles também precisam desenvolver a oralidade e falar com outros estudantes foi uma boa experiência”, conta a professora, ao citar que foram doadas três caixas grandes de roupas. 
   Antes dessa iniciativa, a turma promoveu uma campanha de arrecadação de leites que foram repassados ao Nuselon. “Eles estão tão engajados eu já ficam ansiosos para as próximas ações”, completa. 
   A diretora
Rosângela de Fátima Riedo Ferreira, diretora da Escola: "Tenho orgulho em dizer que estamos formando alunos ativo, argumentativos e com pensamento crítico"
Rosângela de Fátima Riedo Ferreira diz que a turma do 5º ano é a primeira da escola, que foi fundada em 2013, apesar do prédio escolar ser da década de 60. “Tenho orgulho em dizer que estamos formando alunos ativos, argumentativos e com pensamento crítico”, afirma. 
   Entre os alunos, o aprendizado por trás das campanhas solitárias, envolve gratidão, persistência, respeito, amor e aceitação. “Todo mundo precisa se unir, se ajudar e não desistir de fazer o bem”, responde a estudante Fernanda Cristina, 11. 
   “As crianças são nossa inspiração em repensar a sociedade atual e buscar forças para resgatar valores como respeito e ajuda ao próximo. A escola tem o papel fundamental de trabalhar com elas”, salienta. A Escola Municipal da Vila Brasil atende 193 crianças, no ensino fundamental. 

   LEITURA DO MUNDO 

Como manter a solidariedade no dia a dia?
GABRIELA DE JESUS CARDOSO, 10 anos, aluna do 5º ano


"Eu posso ajudar um colega a se levantar se ele cair e ajudar a olhar a casa do vizinho quando ele viaja. Parece pouca coisa, mas já faz muita diferença" 

Letícia Burim, 10anos, aluna do 5 ano
"Eu posso cuidar do meio ambiente economizando água  e doando roupas. Também não devo ser egoísta e nem usar violência. A gente precisa de mais solidariedade porque as pessoas pensam mais nelas do que nos outros. 

Gregório dos, 10 Santos Lourenço, 10 anos, aluno do 5º ano
"Na sala de aula, por exemplo, a na matéria, pode emprestar o caderno e os livros. Já em casa faço algumas coisas para minha mãe, como arrumar a mesa e até enxugar a louça"

Bruno Henrique dos Santos Cunha, 12 anos, aluno do 5º ano
"Posso doar coisas, como roupas e brinquedos. A pessoa que recebe fica muito feliz e eu também porque estou ajudando quem precisa"(FONTE: MICAELA ORIKASA, caderno FOLHA 2, FOLHA CIDADANIA, terça-feira, 27 de junho de junho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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