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segunda-feira, 12 de junho de 2017

AMOR ACIMA DE TUDO - e MAIOR QUE AS DIFERENÇAS CULTURAIS

   AMOR ACIMA DE TUDO

   Já dizia o poeta que “amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente, é contentamento descontente, é dor que desatina sem doer”. No dia a dia, o amor é muito mais do que tudo isso. Cumplicidade, companheirismo, paciência, doação e perdão, são apenas alguns dos temperos exigidos para que a receita feita em conjunto por duas pessoas dê certo. E não importa a idade, o sexo, a etnia, a cultura, como mostram os casais ouvidos pela FOLHA MAIS. 

   MAIOR QUE AS DIFERENÇAS CULTURAIS

   Foi entre as mesas do restaurante universitário da Universidade Estadual de Londrina que o casal de professores Helder Cristian Prado da Mata e Ingrid Juieth da Matta Rodiguez se conheceu. Ainda estudantes, foram apresentados por um amigo em comum em 2014, e não se largaram mais. Depois de um ano e alguns meses de namoro, em julho do ano passado eles se casaram. Na rotina foi necessário encaixar os hábitos de cada um e também a cultura, já que Ingrid é colombiana e veio para o Brasil para estudar. 
   Uma das primeiras desavenças veio na hora de arrumar a cama. Enquanto ele aprendeu a dobrar e guardar todos os cobertores, ela se acostumou a usar dois lençóis sobre o colchão, além de deixar o cobertor sobre a cama e sobre tudo isso o cobre leito. “Quando eu era criança até questionei a necessidade de guardar o cobertor se à noite a gente ia usar de novo, mas minha mãe disse que não guardar era coisa de gente preguiçosa. Aí eu disse isso e a Ingrid perguntou seu estava chamando ela de preguiçosa”, conta ele rindo.
   Outra diferença marcante na rotina do casal são as refeições. Se já não bastassem os pratos de cada país serem diferentes, a professora conta que se espantou ao ver a quantidade de alimentos servidos no jantar. “Lá nós tomamos um bom café da manhã, com caldos e carne , porque as pessoas acordam muito cedo, essa é a refeição mais importante do dia. Depois almoçamos e na janta só tomamos um suco, comemos uma bolacha. Mas ele me pediu janta, com toda aquela comida e eu disse: ‘mas isso é almoço!” Não é à toa que já engordei depois do casamento.”
   Mesmo falando português fluentemente, não raro Ingrid mistura as palavras em espanhol e o marido conta que algumas vezes precisa tentar adivinhar o que ela quer, principalmente porque muitas fazem parte do vocabulário específico da Colômbia. Aos poucos, porém, as coisas vão se encaixando e ambos partilham muitos prazeres em comum, como viajar, experimentar novos sabores de restaurantes típicos e assistir a séries. Também dividem as tarefas domésticas e cozinham juntos, mesclando os sabores dos dois países. 
   “O mais importante é o amor. Para o namoro, o casamento ser feliz tem que amar de verdade. Vão aparecer os problemas, mas se amar de verdade vai conseguir superar”, pondera Helder. “Não é fácil, tem que respeitar as diferenças, tem que se adaptar, aproveitar o que é bom em cada criatura e fazer uma nova. Cada pessoa é um mundo, existem as diferenças individuais, por isso é importante a paciência, o amor e a tolerância”, pontua Ingrid. ( FONTE: ÉRIKA GONÇALVES – REPORTAGEM LOCAL, página 2, Amor acima de tudo, caderno FOLHA MAIS, 10 e 11 de junho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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