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sexta-feira, 5 de maio de 2017

OS RISCOS DA AUTOMEDICAÇÃO



   Mais de 70% dos brasileiros optam pela automedicação. É o que apontou um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico. A pesquisa foi realizada em abril do ano passado e teve a participação de 2.340 pessoas que responderam questionários em 16 capitais do país. Ao todo, 94% das pessoas consultadas em Belém (PA) disseram que recorrem à automedicação. João Pessoa (PB) ocupou a segunda posição com 88%, seguido de Fortaleza (CE) com 85%, Curitiba e Vitória (ES) ficaram em sétimo lugar com 73%. O problema não está apenas na automedicação. Quarenta por cento dos entrevistados admitiram que procuram o diagnóstico pela internet. Os pesquisadores fizeram um alerta e chamaram a atenção para os riscos de procurar tratamento da doença no “Google” . Analgésicos, anti-inflamatórios e antialérgicos foram citados como os mais consumidos pelos que ignoram a orientação profissional. Até mesmo antibióticos e outros produtos com venda proibida sem receita médica são adquiridos dessa maneira. A maioria da pessoas que utiliza a internet para obter um diagnóstico tem entre 16 e 14 anos e 54% pertencem a classe B. O problema de procurar indicação de remédio na internet é que nem todo conteúdo disponível na internet é confiável. E mesmo que o internauta acerte na escolha do produto, ele pode errar na dose, o que pode ser muito perigoso. Existe um componente cultural forte na mania do brasileiro de tomar remédios por conta própria. Mas um fator contribui para esse comportamento: o atendimento na rede pública de saúde. Muita gente que respondeu a pesquisa lembra que a superlotação das unidades básicas de saúde e dos hospitais, além da demora para conseguir um consulta com especialista pelo Sistema Único de Saúde acabam empurrando o “paciente” para buscar a cura na internet. (OPINIÃO, página 2, sexta-feira, 5 de maio de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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