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terça-feira, 16 de maio de 2017

O ENTRECHOQUE DE IDEOLOGIAS


   Nem todos os patrões são maus, e isso se dá também com classe operária. Mas existe uma comunidade que odeia os patrões e os ricos, por razão que se desconhece, talvez reminiscências amargas de vivências anteriores. As pessoas desse círculo possivelmente tenham sido protagonistas em relacionamentos tumultuosos e guardam disso uma memória remota, da qual ainda não se libertaram. Formam maioria os que enriqueceram pelo trabalho honesto, pela ousadia de arriscar-se nos negócios e empreender, num país como o Brasil de grandes riscos nesse campo, enfrentando a burocracia governamental e a escorchante carga tributária para sustentar administrações públicas corrompidas e esbanjadoras. 
   Exemplos próximos são Londrina e o Norte do Paraná, ricos em sagas de arrojo e produção de riquezas, e por isso semeadores de mais riquezas, para benefício de muitos. No seio das esquerdas abundam os que alimentam ódio atávico aos empreendedores de sucesso. O agronegócio de escala, a indústria e o comércio de porte, embora produzam bens, gerem empregos e impostos e contribuem para segurar a barra neste país, são abominados por essas camadas radicais. Sim, há desigualdades sociais, mas são múltiplas as razões. E se há os casos de exploradores, eles são uma minoria, assim também como existem os que tiram proveito das empresas onde trabalham por via de abusivas ações trabalhistas, mais o sindicalismo que forma uma cadeia de onze mil unidades no Brasil e se vale da contribuição de seus filiados. E parecem mais preocupados mais com a receita do que com as necessidades da classe. 
   O PT – origem do mais expressivo titular deste partido, dito dos trabalhadores – valeu-se dos sindicatos para levantar as bandeiras de seus ideais, uma espécie de exército de retaguarda e de propaganda, e teria sido um bom partido de oposição. Mas desejou ser poder governamental e, ao alcançar isto, demonstrou a que veio – o anseio de perpetuação e dominação, formando uma elite. E com poder, cometeu abusos e enriqueceu muitos dos seus Políticos no geral são muito iguais, e o petismo não seria diferente. Por essa via, abandonou seus ideais. Seu plano inicial era manter-se no poder e criar um regime do estilo soviético em toda a América Latina. Mas faltou-lhe a competência para conviver com as diversidades, em que se estriba a democracia. (Crônica de VALMOR MACCARINI, jornalista em Londrina, página 2, coluna ESPAÇO ABERTO, terça-feira, 16 de maio de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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