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sábado, 22 de abril de 2017

VIOLÊNCIA E RENDIMENTO ESCOLAR


   A exposição à violência pode comprometer o rendimento escolar e dificulta que estudantes que vivem em situação de vulnerabilidade superem essa realidade. Esse é o tema da matéria especial deste fim de semana da Folha de Londrina. 
   A criança que nasce em um sistema hostil e que não é estimulada e nem recebe uma supervisão adequada terá maiores chances de desenvolver problemas cognitivos e emocionais, comentou o coordenador de uma pesquisa realizada pelo Ipea no Rio de Janeiro. 
   O estudo verificou que as maiores incidências de homicídios aconteciam nos bairros mais pobres, em que estavam localizadas as piores escolas do estado. Já as menores incidências de homicídios aconteciam nos bairros mais ricos do município, em que estavam localizadas as melhores escolas. 
   Ainda conforme a pesquisa, a comparação entre os bairros mais e menos violentos, a taxa de reprovação foi de 9,5% maior nos primeiros, ao passo em que a taxa de abandono e a taxa de distorção idade-série sejam também, respectivamente, 3,7 e 5,7 mais altas nas localidades mais violentas. 
   Professores da rede municipal de Londrina entrevistados pela reportagem e que atuam em bairros com histórico de violência comentaram que para muitos estudantes desses locais, a violência é naturalizada. É comum ver as crianças brincarem reproduzindo abordagens policiais e assumindo até a postura corporal de pessoas que lidam com armas. Na hora de brincar com materiais de brincar, as armas são os objetos preferidos para reproduzir. 
   Vários tipos de violência se manifestam e comprometem o desenvolvimento emocional saudável das crianças e jovens. A negligência, o abandono, a violência psicológica são tão prejudiciais quanto a violência física. Sem falar na miséria, esta forma de violência social que prejudica a saúde, os sonhos e joga famílias inteiras em uma realidade de experiências negativas. 
   Os direitos das crianças e seu desenvolvimento saudável deve ser uma pauta prioritária para os governos. É preciso criar e aperfeiçoar os mecanismos para que crianças e adolescentes não foram agressões e não sejam afetados por um ambiente hostil. (OPINIÃO, página 2, 22 e 23 de abril de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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