Páginas

sábado, 22 de abril de 2017

SIMONE SOLAR



   Simone Mazzer lança esta semana um álbum dançante com clássicos da black music nacional gravado com o grupo francês Cotonete

   Numa época remota, músicas eram usadas em lugar de sirenes para anunciar o fim das aulas do Colégio Hugo Simas, em Londrina. Entre as crianças que se divertiam com as trilhas sonoras que animavam o ambiente escolar estava Simone Mazzer. A cantora fez uma viagem no tempo para resgatar daquele período alguns clássicos do cancioneiro nacional e que acabaram sendo incluído no repertório do seu novo álbum. Gravado em Paris, “Simone Mazzer & Cotonete” é o sucessor de “Férias em Video-Tape”, aclamado disco de estreia da intérprete que no ano passado conquistou o Prêmio da Música Brasileira na categoria revelação e emplacou duas faixas em novelas do horário nobre da Rede Globo. 
   Com voz potente e interpretações viscerais, Simone Mazzer abalou o cenário musical nacional em 2015 com seu primeiro disco distribuído nacionalmente. Após arrancar elogios unânimes da crítica especializada e de ídolos como Caetano Veloso, a cantora que iniciou a carreira em Londrina há quase 30 anos acabou gerando uma grande expectativa em torno de um novo trabalho. O suspense chega ao fim nessa semana e mais uma vez londrinenses deve surpreender o seu público.
   Se em “Férias e Videotape” ela chamou a atenção por aabalar a cena dominada por cantoras do estilo cool, no novo álbum que chega às plataformas digitais a partir de terça-feira (25), Simone aposta em outros trunfos. “É natural que as pessoas esperassem uma continuação do disco anterior, que tinha interpretações mais dramáticas. Mas acabei optando por um caminho menos óbvio e fiz um disco dançante e solar, no qual exploro tons e regiões mais delicadas da minha voz”, afirma. 
   PARCERIA
   As novidades não ficam apenas no campo vocal. “Simone Mazzer & Cotonete”, é fruto da parceria de uma parceria da cantora com o grupo instrumental francês formado por oito músicos devotados ao jazz, funk e soul e ao laid back (estilo descontraído). “Conheci alguns integrantes do grupo em 2012, quando estive na Franca com uma peça teatral e fui convidada por uma prima para fazer um pocket show no restaurante que ela montou em Paris. Um amigo meu que mora lá me apresentou dois músicos do Cotonete e após alguns ensaios começamos a tocar juntos. A partir deste contato surgiu uma grande vontade de realizarmos um trabalho em conjunto, proposta que foi efetivada no ano passado, quando gravamos o disco”, conta Simone. 
   A gravação aconteceu no estúdio do grupo Cotonete, em Paris, em duas semanas, do mês de julho de 2016. A concepção do álbum, no entanto, começou meses antes, à distância. “Os músicos do Cotonete são apaixonados pela black music feita no Brasil, que teve uma fase áurea no início da década de 70. Então acabei selecionando músicas deste período, muitas delas que já costumava cantar em shows”, relata Simone sobre o repertório de regravações que inclui músicas de Roberto e Erasmo Carlos (Se Você Pensa), Tim Maia (Ela Partiu) . Cassiano (Onda) e “Kriola” composta por Hélio Matheus e lançada por Wanderlea. “Foi um suplício reduzir cerca de 100 canções em apenas 11 faixas que fazem parte do disco. O pessoal do Cotonete também mandou várias canções francesas , dentre as quais eu gravei três, além de fazer uma regravação em inglês de “Bachelorette”, gravada originalmente por Bjôrk”, conta a londrinense.
   Com o disco pronto, Simone e os integrantes do Cotonete agora batalham por uma parceria com alguma gravadora que viabilize a distribuição do álbum. “Enquanto isso não acontece, vamos lançá-lo na versão digital, em plataformas de streaming pela internet”, informa. O lançamento virtual será marcado por shows que a cantora realiza com o grupo francês no dia 25, no Rio de janeiro, e em São Paulo, no dia 4 de maio. “Queria muito levar esse show a Londrina, mas sem patrocínio fica inviável financeiramente bancar passagens, estadia e alimentação para uma equipe grande, com oito músicos e técnicos de som e iluminação. Meu sonho era fazer um show no Teatro Ouro Verde, mas como o pessoal do Cotonete ficará no Brasil durante apenas um mês isso não será possível”, lamenta. (MARCOS ROMAN – Reportagem Local, caderno FOLHA 2, 22 e 23 de abril de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
  

Nenhum comentário:

Postar um comentário