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quarta-feira, 5 de abril de 2017

O ALERTA DA EXTREMA VIOLÊNCIA


   Londrina foi mais uma vez sacudida por uma notícia de mortes violentas. O guarda municipal Ricardo Leandro Felippe é suspeito de matar a tiros o filho de uma ex-namorada e a sócia de outra ex-companheira. E também de ferir o pai, a mãe e a avó da ex-namorada, protagonizando uma ciranda macabra que levanta muitas considerações sobre um dos problemas mais complexos do País: o aumento da violência. Dois dias antes, uma aluna de 13 anos foi morta dentro de uma escola no Rio, ao que tudo indica, por policiais que perseguiam traficantes. O índice de homicídios por armas de fogo põe em discussão mais uma vez a questão do porte de armas. A segurança pública é responsabilidade dos estados, mas quando uma cidade decide pela criação de uma Guarda Municipal – em princípio desarmada e pois com autorização para portar armas – desenha-se uma tentativa de segurança que pode acabar em insegurança quando sabemos que um pretenso protetor da comunidade pode se transformar em seu algoz. O Mapa da Violência, divulgado em agosto de 2016, mostra que no Brasil, de 1980 a 2014, 967.851 pessoas morreram por disparo de arma de fogo. A curto prazo, os números também não são animadores: o Fórum de Segurança Pública aponta que, de 2011 a 2015, o Brasil teve um total de 278.839 assassinatos. Os índices se tornam mais preocupantes quando se sabe que no mesmo período 256.124 pessoas forma mortas na Síria em guerra, segundo a Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados. Com tais demonstrativos, cabe à sociedade decidir com as autoridade sobre o porte de armas e as políticas de segurança, que não pode se transformar em políticas de insegurança. Mais plebiscitos e mais escutas são necessários, envolvendo a sociedade civil, que figura entre as principais vítimas da violência. Londrina, nos últimos anos, conheceu essa situação de perto, com homicídios – ou mesmo chacinas – que, infelizmente, tiveram a participação de braços armados pela lei. (OPINIÃO, página 2, quarta-feira, 5 de abril de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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