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quarta-feira, 19 de abril de 2017

AGRICULTURA LIGADA À TERRA


   Neste Mundo Moderno, onde a maioria das pessoas vive na cidade, ficou fácil comprar de tudo nas lojas. A agricultura, que se vê pela televisão, até parece uma indústria, mas há pessoas atrás disso. São famílias que rezam para chover ou para parar de chover, que correm para plantar, cuidar e colher “o pão nosso de cada dia”, que enfrentam políticas, balanços comerciais e muitos preconceitos... é sujeira, mosquito e uma vida sem badalação. O jeito rural percebe-se pela música, comida e roupa, teve que se adaptar aos gostos modernos do povo da cidade e do além-mar. Tudo “country”! Tudo boné fazendo propaganda de maquinário e insumo estrangeiro... “É a tar” da globalização e tem da roça orgulhosa de alimentar o mundo em crescimento. Pior é quando a cidade quer se ver livre do seu lixo, de suas indústrias nocivas ou fazer mais um “depósito de gente”. Aí, não tem perdão! É como nos tempos da colonização, de fazer os índios correr ou iludi-los com espelhos e miçangas. O agricultor, sempre em dificuldades, fica feliz da vida com a urbanização chegando, das terras valer o dobro, o triplo! Parece até prêmio da mega-sena! Patrimônios, que foram abertos no machado, pelo avô, onde cada palmo de terra foi tratado igual a um filho, onde geadas, pragas e doenças foram dribladas e onde cada centavo teve que ser economizado, agora se evapora como numa noite de bebedeira. Valorizar, respeitar e repensar o papel da agricultura, antes de mais nada, é pagar uma dívida que temos com um segmento que a tudo construiu e continua mantendo. 
   Gostar da agricultura é gostar de si mesmo. Precisamos e somos comida, água, água, ar e terra! Os turistas, as escolas, os estudiosos e, principalmente, os mais velhos estão redescobrindo a roça junto com seus netos presos aos “aparelhinhos”. Lembrar o passado rural, além de fazer lágrimas de saudades cair, é mostrar que dificuldades e pobreza foram os temperos ideais de juntar a família, de valorizar a terra e as sementes, de inventar brincadeiras com as coisas do mato, de canta e dançar, de plantar e dividir, de ser realmente feliz e de agradecer, do coração a “força criadora” por tanta fartura e bênção! (DANIEL STEIDLE, educador ambiental em Rolândia, página 2, coluna ESPAÇO ABERTO, quarta-feira, 19 de abril de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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