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quinta-feira, 20 de abril de 2017

JOVENS EM PERIGO


   Um em cada 10 estudantes brasileiros é vítima frequente de bullying nas escolas. São adolescentes que sofrem agressões físicas ou psicológicas, alvos de piadas e boatos maldosos ou excluídos propositalmente pelos colegas. O dado faz parte do terceiro volume do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2015, dedicado ao bem-estar dos alunos, reportagem desta edição da FOLHA. O relatório é construído a partir das respostas de adolescentes de 15 anos que participaram da avaliação. A publicação faz parte das divulgações do último Pisa, de 2015, avaliação aplicada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCFE). Participaram dessa edição 540 mil estudantes que, por amostragem, representam 29 milhões de alunos de 72 países. São 35 países-membros da OCDE e 37 economias parceiras, entre elas o Brasil. No ranking, que contempla 53 países, o Brasil apareceu em 43º lugar. Em média, nos países da OCDE, 18,7% dos estudantes relataram ser vítimas de algum tipo de bullying mais de uma vez por mês e 8,9% foram classificados como vítimas frequentes. Os pesquisadores fizeram um alerta sobre as consequências do bullying, tanto para as vítimas quanto para quem pratica. Nesses casos, os alunos são mais propensos à faltar às aulas e têm os piores desempenhos. A pesquisa chega em um momento em que o País está com a atenção voltada para um novo perigo que se apresenta às crianças e jovens. Trata-se de um jogo virtual que ficou conhecido como Balei Azul, disputado nas redes sociais e que propõe 50 desafios macabros a adolescentes, como automutilação e até tirar a própria vida. Ele surgiu na Rússia e está associado a uma série de suicídios ao redor do mundo. No Paraná, há nove casos suspeitos de adolescentes que cumpriram desafios do jogo e deram entrada nos serviços de saúde com sinais de ferimentos. Para muitos, pode ser uma brincadeira. Mas, na verdade, o jogo da Baleia Azul é mais um problema mundial que coloca em risco a vida de jovens e adolescentes. Pais e educadores devem ficar em alerta. Assim como as autoridades precisam fazer uma investigação rigorosa para que os responsáveis sejam punidos. (OPINIÃO, página 2, quinta-feira, 20 de abril de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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