Páginas

sexta-feira, 3 de março de 2017

VACNA CONTRA A DENGUE: A DIFÍCIL CONSCIENTIZAÇÃO


    Começa nesta sexta-feira (3), em 30 municípios paranaenses, a segunda fase da vacinação contra a dengue. A campanha, que acontece até o final de março, vai tentar alcançar cerca de 200 mil pessoas. Considerando que a primeira fase da campanha teve cobertura abaixo do esperado, a Secretaria do Estado da Saúde (Sesa) vai reforçar as ações de conscientização, inclusive com busca ativa e trabalho de conscientização volante. Na primeira etapa, no ano passado, a ideia era vacinar 500 mil pessoas, porém apenas 204 mil foram imunizadas. Londrina teve a pior taxa de cobertura do Estado. Apenas 29,2% do público esperado no município procurou a vacina nos postos. O Paraná foi o primeiro Estado das Américas a oferecer a vacina e, talvez, por ser um produto novo houve resistência da população. Na opinião das autoridades da área de saúde, o principal motivo da pouca procura é justamente a faixa etária do público alvo, formada principalmente por jovens. Segundo o Secretário da Saúde do Paraná, Michele Caputo Neto, eles não têm o hábito de procurar médicos. Tanto que, nas unidades básicas de saúde, a frequência maior é de idosos e crianças. A partir dessa compreensão, é importante que as equipes de saúde atuem nos locais de concentração dos jovens. Dois municípios, Paranaguá (Litoral) e Assaí (Região Metropolitana de Londrina), que apresentaram os piores índices de infestação da doença em 2016, vão oferecer vacinas para pessoas 9 e 44 anos. Nos outros 28 municípios que receberão as vacinas, a faixa etária é dos 15 aos 27 anos. Mesmo que não recebeu a primeira dose pode procurar os postos de saúde para receber a segunda. A boa notícia é que nos primeiros meses de 2017 o Paraná não teve situação epidêmica de dengue. A vacinação pode ter sido importante para diminuir a circulação viral, mas a prevenção e o controle da dengue dependem muito do comportamento da população. Sabendo que melhor maneira de evitar novos casos é acabar com a proliferação do mosquito transmissor, o Aedes aegypti, a medida mais eficiente é a disposição de adultos e crianças em acabar com os focos de reprodução do mosquito (locais com água parada). A vacina está no mercado, mas a conscientização ainda é o melhor remédio. (OPINIÃO, página 2, sexta-feira, 3 de março de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

Nenhum comentário:

Postar um comentário