Páginas

sábado, 4 de março de 2017

FÉ E OTIMISMO

   Os empresários paranaenses estão mais otimistas em 2017, mas não acreditam em uma importante retomada da economia para este ano. É o que mostra reportagem desta edição da Folha de Londrina, que ouviu lideranças da indústria de transformação no Estado, área bastante afetada pela crise econômica e política brasileira. O setor fechou pelo terceiro ano consecutivo com retração. As vendas recuaram 7,4% em comparação ao ano anterior e as exportações caíram 5,92%. Além disso, a queda nas vendas repercutiu negativamente no nível de emprego industrial, que registrou um recuo de 4,3% no total e de 1,9% no pessoal ligado diretamente à produção. No acumulado de três anos, a retração foi de 20,56% . Quatorze dos dezoito gêneros pesquisados registraram desempenho negativo em 2016. Apesar desse cenário, o empresário não perdeu a fé, como ressaltou o presidente da Federação da Indústria do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo. Uma prova do otimismo é o Índice de Confiança da Indústria de Transformação (ICT), medido pela Fiep, que subiu 0,6 ponto, seguindo positivo pelo segundo mês consecutivo, com 51,1 pontos. Comparando com o índice registrado em fevereiro de 2016, houve uma alta de 16,5. Ótimo sinal, principalmente ao levar em conta que uma medida recente ainda não surtiu o resultado positivo aguardado. A queda da taxa de juros de 0,75 ponto percentual, divulgada na semana passada pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) deve levar ainda um certo tempo para levantar o ânimo da indústria, comércio e consumidores. Mas dá ânimo. Além disso, o empresariado continua cobrando condições mais favoráveis de enfrentamento da crise. Uma das reivindicações da Confederação Nacional da Indústria (CNI) á a ampliação do Programa de Regularização Tributária (PRT). A entidade defende prazos mais longos para parcelamento das dívidas e a redução de multas, juros e encargos. Atualmente, o programa permite que a empresa em dívida com o fisco parcele o débito em até 120 meses. Mudanças no PRT são importantes para dar um fôlego ao devedor. Pagando a dívida, a empresa volta a ter cadastro positivo e consegue participar de licitações e obter financiamento. Uma ajuda necessária. (OPINIÃO, página 2, 4 e 5 de março de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

Nenhum comentário:

Postar um comentário