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sexta-feira, 31 de março de 2017

JÁ VIROU SEU COLCHÃO NESTE MÊS?

Darcio e Marcia de Pieri com o filho, Adriano,no apartamento em que moram, na zona oeste de SP

   Manutenção evita problemas ortopédicos e respiratórios; escolha do modelo deve ser combinada com travesseiro

   Eles já foram feitos de crina de cavalo, palha de milho e até capim. Hoje os colhões são basicamente construídos por uma combinação de molas e espumas, o que não facilitou em nada a escolha do modelo ideal para garantir uma noite de sono. 
   Não basta ser confortável. O primeiro passo é prestar atenção na densidade do colchão. Sem mistério: as lojas costumam ter uma tabela com as opções mais indicadas com base no peso e na altura do cliente. Quanto mais denso, mais duro ele será.
   Por exemplo: para uma pessoa que pesa entre 51 a 60 kg e tem até 1,50 m de altura, o recomendado é um modelo com densidade 26. Já aqueles que têm a mesma altura, mas pesam entre 61 e 70 kg, deve optar por aquele com densidade 28. 
   Depois, hora de fazer o teste do colchão. Mais moles ou rígidos? De espuma ou de mola? “Não tem receita de bolo, É uma decisão que cabe a cada um”, Diz Robert Meves, ortopedista da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
   O importante, diz o médico, é evitar extremos. ”Aqueles muito fofos ou duros demais podem levar ao desalinhamento do tronco em relação ao pescoço”, explica. 
   Os travesseiros devem ser complementares ao colchão, afirma Alexandre Cristante, do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da USP.
   “Quem dorme com a barriga pra cima deve escolher um travesseiro mais baixo. Quem dorme de lado deve optar pelos mais altos”, diz ele. E aqueles que preferem ficar de bruços? “Nesse caso, será mais difícil escolher um modelo que deixe a coluna reta.”
   Caso o corpo não fique bem acomodado, pode haver problemas com dores na coluna e nas articulações, torcicolo e refluxo, diz Cristante. 

MASSAGEM

   Para além modelos mais comuns, existem ainda colchões mais tecnológicos, com recursos que vão desde massageadores até ímãs com propriedades terapêuticas. 
   O vendedor Adriano de Pieri, 40, e seus pais, Marcia e Darcia, de 63 e 67 anos, decidiram comprar colchões do tipo em setembro passado. 
   O filho escolheu um mais “básico”, de espuma de poliuretano, que conta com proteção antiácaros e antifundos e autossageadores na superfície. Ele pagou cerca de R$ 2.600 pelo item. “Passei uma semana sem dormir, me adaptando. Agora, durmo mais relaxado e não tenho mais refluxo de manhã.”
   Segundo Cristante, da USP, o refluxo pode ser causado pela inclinação excessiva da cabeça ou tronco no sono. 
   Já os pais de Adriano comparam um dos mais modernos do mercado, com direito a massageador elétrico, diversas camadas de espuma e um tecido que diminui a absorção de líquidos e poeira. 
   “Antes, eu e meu marido já acordávamos já irritados, soltando faísca”, conta Marcia. “Hoje, é Deus no céu e o colchão na terra.” O casal pagou em torno de R$ 7.000 por ele. 
   Mas comprar um colchão muito desenvolvido não é sinônimo de milagre, pondera Meves, da Santa Casa. “É possível que o colchão anterior já não estivesse muito bom”. Ele diz ainda que é bom conferir se há um selo da Anvisa naqueles mais tecnológicos. 
   O colchão tem prazo de validade: segundo especialistas, não passa de cinco anos. 
   Durante esse tempo, é preciso ter cuidado e mantê-lo bem conservado. A primeira dica é girá-lo, invertendo a parte da cabeça com a do pé, a cada 30 dias, explica Flávio Maldonado, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Cochões. Ele também recomenda que, no caso de colchões de espuma, a parte de baixo seja colocada para cima. 
   Além de questões ortopédicas, colchões podem gerar problemas respiratórios. “É um lugar onde há grande proliferação de ácaros, que se alimenta da pele que perdemos à noite”, explica Maria Cândida Rizzo, coordenadora da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. 
  
A assistente de Importação Daniela Garcia, 25, em seu apartamento na zona oeste de SP
 
  Nem aspiradores nem panos úmidos dão conta do problema. A solução, diz ela, é usar capas protetoras no travesseiro e nos colchões. 
A recomendação é seguida pela assistente de importação Daniela Garcia, 25. “Eu tenho rinite sinusite... todas as “ites”, diz ela, que usa as capas na cama desde pequena. 
   O pneumologista José Eduardo Cançado, da Santa Casa de São Paulo, recomesnda que os colchões sejam expostos ao sol ao menos uma vez por mês. “Evita mofos e ácaros”. (JÚLIA ZAREMBA - DE SÃOPAULO, página D6, caderno sobre Tudo, domingo, 26 de março de 2017, publicação do jornal FOLHA DE S.PAULO).

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