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sexta-feira, 31 de março de 2017

A CONDENAÇÃO DE CUNHA SERVIRÁ DE EXEMPLO?


   A Lava Jato já é apontada como a operação que revelou um dos maiores esquemas de corrupção da história mundial. Nesta quinta-feira (30), ela voltou a ser a notícia do dia ao ter conseguido a condenação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha a 15 anos e quatro meses de prisão. Antes da Lava Jato, prender um político tão importante parecia algo impossível de acontecer. Condenado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, o peemedebista carioca continua partindo para o ataque e não poupa críticas à força-tarefa da Lava Jato e ao juiz Sergio Moro. Após a publicação da sentença, de dentro do Complexo Penal, que fica na região metropolitana da capital paranaense, ele escreveu nota dizendo que Moro não tem condição de julgar qualquer ação contra ele, “pela sua parcialidade e motivação política”. Para o ex-deputado, o juiz quer se “transformar em um justiceiro político” e tenta usá-lo como seu troféu em Curitiba”. Cunha ataca ainda ao afirmar que a decisão do magistrado é política porque tenta evitar a apreciação do habeas corpus no Supremo Tribunal Federal – a condenação pode tornar nulo o pedido de liberdade do peemedebista que tramita no Supremo. Cunha vai recorrer desta que é a sua primeira condenação na Lava Jato – ele foi acusado de receber propina de US$ 1,5 milhão em um negócio da Petrobras na África e ocultar os valores entre 2011 e 2014, enquanto era deputado. Lembrando que Cunha ainda é réu em outras duas ações e é investigado em pelo menos outros cinco inquéritos. A sentença repercutiu em Brasília, principalmente porque nesta quinta-feira Moro participou de uma reunião na Câmara para discutir a reforma do Código de Processo Penal, quando o juiz fez duras críticas ao projeto de lei de abuso de autoridade em tramitação no Senado. Os próximos dias dirão se a condenação vai servir de exemplo e se aquele que foi um dos políticos mais poderosos do País irá fazer a tão esperada delação premiada. (OPINIÃO, pagina 2, sexta-feira, 31 de março de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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