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quinta-feira, 16 de março de 2017

DEPUTADOS TAMBÉM 'CRUZAM OS BRAÇOS'

(Diante da falta de quórum - são necessário 28 deputados (metade mais um)-, sessão-relâmpago foi encerrada com (apenas 16 parlamentares presentes

   Curitiba – No dia em que trabalhadores de todo o País saíram às ruas para protestar contra as reformas trabalhistas e da previdência, a maioria dos 54 deputados estaduais do Parná também “cruzaram os braços”. Quando a sessão dessa quarta-feira (15) começou, às 14h35, apenas dez parlamentares estavam em plenário. A reunião acabou menos de dez minutos depois, às 14h44, já com 16 presentes. 
   Houve tempo somente para a leitura da ata da plenária anterior e de um ofício do gabinete de vice-governadora, Cida Borghetti (PP), informando que ela estará fora do Brasil entre 15 e 23 de março (o comunicado à AL é uma exigência legal). De acordo com o documento, a viagem não acarretará em custos para o Estado. O destino não foi divulgado.
   Como ninguém se inscreveu para discursar nem no pequeno, nem no grande expediente ou no horário das lideranças, o presidente da Casa, Ademar Traiano (PSDB1), precisou dar início à votação da pauta. Diante da falta de quórum – são necessários 28 deputados (metade mais um) -, a sessão foi então derrubada. 
   “Não sei o que aconteceu. Eu estava presente. Independe da nossa vontade”, disse Hussein Bakri (PSD). “Eu tinha requerimentos para votar e infelizmente não consegui”, lamentou o líder do governo, Luíz Claudio Romanelli (PSD). “O pessoal não compareceu, né... Talvez tenha a ver com todo o movimento que está aí. Eu, como sempre, estou aqui desde cedinho”, acrescentou Tercílio Turini (PPS). 

   PROTESTOS

   “Entendo que o Brasil mudou e nós não podemos estar na contramão da história. Países europeu passaram por esse processo quando se imaginava uma solidez absoluta da economia (...) Lamento que os que estão na rua hoje são os que afundaram o Brasil. Tem que se dar tempo e credibilidade a quem está no poder. As reformas são fundamentais e necessárias”, opinou Traiano. 
   Tanto Romanelli como o líder da oposição, Tadeu Veneri (PT), contudo, contaram que são favoráveis às manifestações. “É necessário discutir a questão da previdência, mas não essa reforma, que é uma grande supressão aos direitos dos trabalhadores. O País tem de fazer uma grande mobilidade, sim, pois o atual governo (de Michel Temer) é um governo anti-povo, que não pensa nas políticas públicas estruturantes para superar as desigualdades”, comentou o político do PSB. 
   Para Veneri, as mobilizações são absolutamente necessárias. “Os deputados federas e senadores estão hoje numa situação muito confortável. Eles têm uma maioria, num processo de quase terra arrasada no Brasil, com economia em terra livre e política sacrificada (...) Não é possível alguém que se aposente com R$ 20 mil e oito anos de mandato achar natural que outro alguém, por não ser deputado, senador , juiz, promotor ou desembargador, ter de trabalhar até 70 anos”, completou. (MARIANA FRANCO RAMOS – REPORTAGEM LOCAL, página 3, FOLHA POLÍTICA, quinta-feira, 16 de março de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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