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sábado, 11 de março de 2017

A CRISE E O DRAMA DAS FAMÍLIAS


   Treze milhões de desempregados, 58,9 milhões de inadimplentes, 1,4 milhão de cancelamentos de plano de saúde, 1 milhão de alunos a menos na rede particular de ensino. È grande a lista de recordes negativos em vários setores da economia no ano de 2016. Somados os resultados de 2015 e 2016, a economia brasileira recuou 7,2%, pior cenário desde o início da série de crescimento econômico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em 1948. O impacto que todos esses números trazem na vida de milhões de brasileiros é tema de reportagem publicada hoje na FOLHA. Muitas famílias são obrigadas a abrir mão de serviços essenciais, como saúde e educação privadas. Outras já não sabem mais o que fazer nem mesmo para dar conta da alimentação. “O mercado que antes dava R$ 800 agora tem que ficar em R$ 600 para uma família de quatro pessoas, mas é metade da compra que a gente fazia”, resume uma das pessoas entrevistadas, que trabalha como motogirl e já cortou até o pão francês do consumo diário. As classes C, D e E que experimentaram a ascensão na última década, são hoje as mais afetadas. O desempenho é o pior vilão, acompanhado pela redução na renda mensal e a queda do poder de compra – nesse sentido, a retração foi de R$ 280 bilhões entre 2015 (-2,8%) e 2016 (-7%). Esse panorama explica as longas filas nas agências da Caixa, também mostradas nesta edição da FOLHA, para o resgate do FGTS inativo. Os economistas dizem que o pior da crise já passou, mas alertam que a recuperação não deve ser rápida. Pelas análises, o desemprego ainda vai tirar o sono dos brasileiros por um tempo porque o PIB vai se recuperar antes dos índices de emprego – é uma característica da economia. Em 2018, os sinais de melhoria serão mais fortes. Diante do cenário, o melhor a fazer é seguir o conselho dos especialistas, principalmente evitar fazer dívidas ou entrar em financiamentos. É preciso se manter equilibrado e de olhos bem abertos para as decisões políticas de nossos governantes. (OPINIÃO, página 2, 11 e 12 de março de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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