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quinta-feira, 30 de março de 2017

FALTA DE CRECHE, UM PROBLEMA CRÔNICO


   Promessa de campanha de todo candidato a prefeito no Brasil, a ampliação do número de vagas em creche vai de mal a pior em todo o País. Pesquisa inédita do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de 2015 mostra que 75% das crianças brasileira com menos de quatro anos de idade não vão à creche. Correspondente a 77 milhões de meninos e meninas nessa situação de um total de 10,3 milhões. Segundo o estudo da Pnad, das 10,3 milhões de crianças, 84,4% (8,7 milhões) normalmente permaneciam, de segunda a sexta-feira, de manhã e de tarde, no mesmo local e com a mesma pessoa. Desse total, 74,5% ficam em suas próprias casas sob os cuidados de um de seus responsáveis. Apenas 16,6% passam a manhã e a tarde em creches ou escolas. A pesquisa ainda revela que o Brasil ainda está longe de alcançar a meta estipulada pelo governo no Plano Nacional de Educação, que é, no mínimo, 50% das crianças de até três anos matriculadas nas instituições adequadas. Como já era previsto, o estudo confirmou que aquelas que não vão às creches são as mais pobres. Chama a atenção o fato de que menos da metade das famílias que não têm os filhos matriculados nessas instituições tomaram alguma iniciativa para colocar para colocá-los na escola. O trabalho de cuidar das crianças pequenas continua a ser responsabilidade das mulheres. Segundo o instituto, quase metade das crianças brasileiras com menos de quatro anos ficam sob a responsabilidade de uma pessoa do sexo feminino. Creche não é luxo, é uma necessidade. Se no passado a função de prover o sustento da família era o pai, hoje a mulher participa igualmente dessa tarefa e é grande a quantidade de lares chefiados por ela. A falta de creche é um dos grandes obstáculos para que muitas mães possam trabalhar. É menos renda para a família e mais crianças sem acesso a um atendimento adequado. Lembrando que essas instituições não são apenas um local para os menores ficarem em segurança enquanto os pais trabalham. É um espaço de aprendizado e desenvolvimento sadio. (OPINIÃO, página 2, quinta-feira, 30 de março de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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