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sábado, 18 de fevereiro de 2017

JAPÃO VOLTA A ATRAIR DEKASSEGUIS


   Com a crise econômica brasileira, o Japão voltou a atrair brasileiros que buscam do outro lado do mundo uma oportunidade de ganhar dinheiro. Segundo a Associação Brasileira de Dekasseguis (Abdnet), de 15 mil a 20 mil descendentes de japoneses deixaram o Brasil no segundo semestre do ano passado para tenta a vida na terra do sol nascentes. Esse novo fluxo migratório é mais uma constatação de que o Japão vem conseguindo vencer as dificuldades financeiras que se instalaram naquele país após a crise internacional de 2008 e o terremoto seguido de tsunami em 2011. Naquela época, as oportunidades de emprego para dekasséguis diminuíram drasticamente e muitos retornaram ao país de origem. Estima-se que em 2008, no auge do movimento migratório iniciado na década de 1980, 320 mil brasileiros viviam em terras japonesas. O perfil de trabalhadores é variado. Eles são atraídos por oportunidades nas indústrias automotivas e eletrônicas, empresas na área de alimentação e hotéis. As obras para os Jogos Olímpicos de 2020, que acontecerá em Tóquio, também despertam interesse dos estrangeiros. Fontes ligadas às associações que representam os dekasseguis acreditam que muitos que estão retornando agora para o Japão já moraram antes naquele país e decidiram voltar. Em reportagem, neste fim de semana, a Folha de Londrina conversa com brasileiros que optaram pela mudança. A maioria dos trabalhadores que segue para o Japão sonha em guardar dinheiro para voltar ao Brasil e realizar um sonho, como a compra de uma casa ou juntar dinheiro para cursar uma universidade. Muitos dos trabalhadores não percebem que o surgimento dessas novas oportunidades de emprego não implica em facilidades. As leis trabalhistas são diferentes, com jornadas de trabalho longas, rotina estressante, ritmo acelerado e relatos de preconceito dos japoneses contra os dekasseguis. Vencer as dificuldades de adaptação é a maior preocupação até mesmo dos empregadores, tanto que eles estão incentivando a mudança de famílias inteiras e não mais apenas o pai ou a mãe, como era comum nos anos 1980 e 1990. Integra-se à cultura é, talvez, o maior desafio. (OPINIÃO, página 2, 18 e 19 de fevereiro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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