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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

DOM ALBANO UM PASTOR COMPROMETIDO COM LONDRINA



   A morte do arcebispo emérito dom Albano Cavallin com certeza entristece Londrina. Mais que um dirigente da Igreja Católica, ele teve presença marcante na história política e social da cidade. Natural da Lapa, Região Metropolitana de Curitiba, ele chegou à cidade em maio de 1992, e com sua simplicidade sempre se colocou muito próximo a todos, em uma atitude de acolhida, de pastor. Tornou-se um londrinense de coração, sempre revelando seu gosto pela cidade, tendo até optado por continuar morando aqui, em 2006, após sua renúncia ao bispado, quando completou 75 anos, conforme determina o Código de Direito Canônico. 
   Na administração da Igreja teve importante papel no protagonismo dos leigos para a ação pastoral, na coordenação das atividades pastorais. Sempre incentivou a evangelização e tornou-se famoso por suas pregações por meio de pequenas histórias, o que lhe rendeu o apelido de “bispo contador de histórias”, e até mesmo a publicação de um livro. Era também um apaixonado pela catequese, pela forma como a Igreja devia levar os ensinamentos bíblicos às crianças e adolescentes. Assim sempre incentivou a formação dos leigos para o trabalho. 
   Do ponto de vista social, ele incentivou a vinda de congregações religiosas com carismas voltados ao amparo dos mais pobres, dos moradores de rua. Como é o caso da Fraternidade Toca de Assis, para quem pediu que fossem encaminhadas doações em dinheiro, no lugar de coroa de flores em homenagem póstuma a ele. Coube a dom Albano também a instalação da Pontifícia Universidade Católica em Londrina. 
   Há que se destacar, ainda, sua situação à frente das investigações do Ministério Público (MP) no rumoroso caso AMA/Comurb. Com muita discrição procurou promotores para conhecer o fato e assim, mobilizar a sociedade em torno da apuração que resultaria no maior escândalo de corrupção na administração pública de Londrina. “O posicionamento de dom Albano foi fundamental para que os londrinenses apoiassem o trabalho e conhecessem o que acontecia na cidade”, resumiu um dos promotores responsáveis pelas investigações. 
   Enfim, a afirmação do apóstolo Paulo, na carta a Timóteo, talvez, resuma sua ação por aqui. “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé!. Vá em paz! (OPINIÃO, página 2, quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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