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terça-feira, 20 de dezembro de 2016

O PRESENTE E O VAZIO - - ( PENSAR MAIS )

   Estamos em mais um final de ano. Festas natalinas e confraternizações fazem parte fazem parte da norma social vigente. Esse é um momento de encontro consigo mesmo e com os demais na família, na empresa em que se trabalha, no grupo de amigos, na igreja ou no clube social. Enfim, o homem é um animal gregário: necessitamos do outro. 
   Quando chegam as confraternizações logo se pensa em presentes e mais presentes; para muitas pessoas a lista acaba sendo extensa. A obrigação de presentear, mesmo sem afeto, pode gerar um vazio! Isso nos remete ao ser e ao ter. Uma pessoa será diferente se possuir um determinado aparelho de última geração? Quando se valoriza o ser as pessoas são a prioridade. Por outro lado, quando as relações sociais são baseadas no ter significa que a preferência é por coisas que podem ser compradas; o ser, portanto, fica em segundo plano. O autor Gilles Lipovestky descreve bem isso em seu livro “A era do vazio”.
   Somos influenciados o tempo todo por estímulos que acontecem à nossa volta: televisão, rádio, jornais, redes sociais etc. A maioria das coisas que pensamos são inconscientes, e o marketing sabe muito bem disso. As nossas mentes, por conseguinte, podem ser capturadas por tais estímulos e nem nos damos conta disso. Em seu livro “Mentes consumistas”, a autora Ana Beatriz Barbosa Silva diz que “nosso cérebro sempre quer novos desafios, e, para isso, o marketing investirá no sequestro afetivo de nossas emoções mais camufladas”. Nós realmente estamos refletindo sobre os nossos pensamentos antes de comprar esse ou aquele produto, ou sempre estamos comprando atravessados pelos nossos impulsos de ansiedade?
   O prazer permeia aquilo que queremos ou fazemos. Somos seres que procuram o prazer. Há que se ter atenção para não se descambar no deslizamento infinito do prazer, uma vez que tudo em excesso pode trazer prejuízos. E, nesse caso especificamente, são as compras desmesuradas. Uma das boas opções para presentear neste momento de Natal pode ser o bom e tradicional livro, que nunca sai de moda. Ele sempre faz refletir; uma boa leitura é semente para boas e prazerosas reflexões. Os neurônios estarão felizes por serem exercitados. 
   Um presente oferecido com afeto traz boas recordações, especialmente em um momento que envolve a magia do Natal. O aperto de mãos, um abraço caloroso, palavras verdadeiramente afetuosas são o outro presente por trás daquele presente aparente que nos é oferecido. O afeto é o sentido para as nossas vidas, pois sem ele somos um vazio. (PAULO CESAR S. ANDRADE, psicólogo cognitivo-comportamental e hipnoterapia cognitiva, página 3, PENSAR MAIS, caderno FOLHA MAIS, 17 e 18 de dezembro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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