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terça-feira, 20 de dezembro de 2016

A PRIMEIRA ESCOLA


    O momento de escolher a primeira escola para os filhos é sempre permeado de dúvidas e inseguranças. A preocupação dos pais é legítima, afinal, pesquisas demonstram que o desenvolvimento das atividades cerebrais das crianças é profundamente afetado pelas experiências vividas nos primeiros anos de vida. 
   Quando chega o momento de realizar a primeira matrícula, é comum que os familiares façam uma verdadeira peregrinação por diversas instituições de educação infantil. Mas, durante as visitas o que observar? O primeiro ponto é investigar se a escola respeita ideias diversas e acolhe novos pontos de vista, o que vai garantir um relacionamento harmonioso com a família. Outro ponto importante é o ambiente, que deve ser seguro e acolhedor, além de estimular a criatividade. Áreas verdes e espaço disponível para jogos e brincadeiras são sempre bem-vindos. 
   Crianças pequenas demandam atenção e cuidados individuais. Por isso, os profissionais de uma escola eficiente devem ser aptos a reconhecer situações de comportamento em que a criança necessite de ajuda e que tenham consciência da diversidade cultural em que estamos inseridos. No processo educacional dos primeiros anos de vida, a atenção afetiva e carinhosa é fundamental para desenvolver a autoestima, a autoconfiança e preparar os meninos e meninas a se relacionarem-se uns com os outros.
   A afetividade não implica em abrir mão das regras. Bons professores devem encorajar as crianças a cooperarem umas com as outras, incentivar a busca de solução para os problemas com autonomia e estabelecer limites apropriados para os comportamentos e responderem aos comportamentos inapropriados de maneira justa e consistente. 
   De maneira prática, são pontos a serem observados durante uma visita o limite de idade das crianças admitidas na escola, o número de alunos em cada sala de aula, o espaço físico, os professores disponíveis e a qualificação dos profissionais, rotinas, materiais didáticos disponíveis, como é feita a comunicação entre pais e filhos, a linha pedagógica seguida e as políticas preestabelecidas sobre disciplina, refeições, medicação, urgência, controle sanitário.
   Além de conversar com a direção e a coordenação pedagógica, os pais devem ter a oportunidade de observar o dia a dia da instituição, o relacionamento entre professores e alunos, a participação das crianças nas atividades de rotina e o registro das produções. 
   Durante as atividades, elas são encorajadas a fazer as escolhas? São expostas a oportunidades de explorar o ambiente de diferentes maneiras, por meio da música, do movimento, do “faz de conta”? E outro questionamento importante: a escola reflete uma preocupação com a pluralidade cultural da sociedade em que vivemos?
   São muitas as questões envolvidas. Por isso, após conhecer diferentes instituições, cabe aos pais rever as informações coletadas, analisar e confiar nas impressões tidas no ambiente, a equipe e o programa pedagógico oferecido. Se o sentimento é positivo, com certeza será uma boa escola para o filho. (ANDREA PIZAIA ORNELLAS, diretora de escola em Londrina, página 2, coluna ESPAÇO ABERTO, terça-feira, 20 de dezembro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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