SINAIS DE RECUPERAÇÃO

   O mês de outubro terminou com sinais de recuperação da economia brasileira. Enquanto a taxa média de juros cobrada de pessoas físicas caiu pela primeira vez em dois anos, a inflação é a menor para o mês de outubro desde o ano 2000. A taxa de juros foi medida pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Ela é reflexo do corte da Selic na última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). O juro médio nos empréstimos a pessoas físicas recuou de 8,24% em setembro, para 8,20% em outubro, o que ainda equivale a uma taxa de 157,47% ao ano. Das seis linhas de crédito analisadas pela Anefac, cinco tiveram redução em outubro. A única que subiu foi o cheque especial, que passou para 12,51% ao mês (311,43% ao ano), a maior taxa desde março de 1999. Quanto ao cartão de crédito, a taxa caiu para 15,39% (457,21% ao ano) em outubro. Levando em consideração a melhora das expectativas de inflação e da situação fiscal, especialistas em mercado financeiro acreditam que a tendência é que o Banco Central continue a reduzir os juros básicos. A queda da inflação também é uma boa notícia. O Índice nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o mês passado com alta de 0,08% em setembro. O resultado acumulado ao ano até outubro foi de 5,78%. Em 12 meses, o resultado ficou em 7,87%, ainda acima do teto da meta estipulada pelo governo, de 6,5%. Entretanto, é o menor resultado desde fevereiro de 2015, quando era de 7,70%. A expectativa é que a redução dos juros e a pressão sobre os preços signifique realmente um novo ciclo e se consolide como uma retomada de fôlego da atividade econômica brasileira. A tendência em queda dessas duas taxas deve tornar o crédito mais barato e pode incentivar o consumo. Mas é claro que o consumo ainda precisa de mais incentivo, como a melhora do mercado de trabalho e da renda. (OPINIÃO, página 2, sexta-feira, 11 de novembro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).