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quinta-feira, 10 de novembro de 2016

RECALCULANDO A ROTA DA VIDA


   Em todos os momentos da nossa vida estamos sempre tomando decisões e fazendo escolhas, muitas vezes inconscientes e de forma superficial. Desde as coisas mais simples até as escolhas mais decisivas de uma história de vida. 
   Por exemplo, agora você tomou a decisão de parar o que estava fazendo para ler este arrigo da Revista, ou simplesmente por estar sem fazer nada, resolveu ler alguma coisa e aqui estamos conversando agora, mas tudo dependeu de uma escolha que você fez. 
   A escuta da Palavra de Deus sempre vai nos impelir a tomar decisões, por isso precisamos estar atentos ao que vamos ler do Evangelho para tomarmos nossas decisões, firmados em Deus e não somente em nossos sentimentos. Vamos ler e acolher a palavra que está em Lucas 9, 51-55. Escolha agora dar espaço para que Deus falar com você, escute-O!
   Jesus e seus discípulos estavam indo para Jerusalém, não era segredo para ninguém que os judeus e os samaritanos não se falavam e tinham suas diferenças mútuas. Mas Jesus mesmo sendo Judeu, enviou os seus discípulos para preparar um lugar de hospedagem ali, na Samaria. A decisão que Jesus havia tomado de ir para Jerusalém era clara, ou seja, a sua decisão de cumprir a vontade do Pai era a prioridade que O fazia capaz de superar as diferenças culturais e religiosas com os samaritanos. 
   A decisão firme não estava baseada nas “coisinhas do dia a dia” ou ainda, no costume daquilo que fazia a maioria. A decisão firme de Jesus estava alicerçada na intimidade com o Pai e na clareza do objetivo a ser alcançado, o que se realizaria com a sua chegada a Jerusalém, mesmo que no caminho tivesse que passar pela Samara. 
   Quando os samaritanos se recusaram a dar lugar para Jesus e os seus discípulos, um comportamento já esperado entre os povos que vinham em implicâncias, os dois discípulos reagiram à essa situação apenas com base no calor do momento. A decisão deles estava baseada apenas no instinto de sobrevivência, que quase sempre comanda os nossos relacionamentos. Em tais situações, os mais agressivos e os mais fortes dominam os mais lentos e mais fracos. 
   Os discípulos queriam mandar sobre os samaritanos o fogo do céu para lhes destruir, entretanto foram repreendidos por Jesus, que não se deixou controlar pelas emoções do momento tenso porque, antes e em primeiro lugar, já havia tomado uma firme decisão e nada e nem ninguém poderia desviá-Lo.
   Eu e você somos constantemente desviados das nossas firmes e autênticas decisões, simplesmente porque tomamos decisões imediatas e instintivas. Vivemos reagindo aos acontecimentos e não recalculamos a rota para prosseguirmos na direção correta, depois de sermos surpreendidos e bagunçados pelos imprevistos da vida. 
   Um aparelho de GPS, depois de programado com um destino final, traça uma rota segura até o ponto de chegada e, no caso do condutor do veículo, tomar a decisão de não seguir as indicações corretas, o GPS recalcula a rota, mas sempre baseado na firme decisão que foi indicada no início do percurso. Jesus fazia assim, por isso não se perdeu no caminho, apesar dos obstáculos e acontecimentos contrários. 
   Somos provocados a recalcularmos a rota da nossa vida, mas não a partir dos sentimentos imediatos ou imprevistos do caminho. Os discípulos nesta parte do Evangelho, queriam resolver o problema no meio do caminho, eliminando e destruindo pessoas e problemas, tudo ao mesmo tempo. Entretanto Jesus, que também passava pelo constrangimento do momento de não ser acolhido, conseguiu dar uma resposta àquela situação de uma maneira diferente, porque a sua decisão de chegar a Jerusalém e fazer a vontade do Pai era maior e mais importante do que a oposição dos samaritanos. 
   Nós nos perdemos nas coisinhas do dia a dia, pela fragilidade e superficialidade das nossas primeiras e fundamentais decisões. Quem têm decisões firmes e amadurecidas, não se perde ao longo do caminho, ainda que seja necessário, muitas vezes, recalcular a rota. Nós não controlamos os acontecimentos e pessoas do mundo. Só podemos garantir a firmeza das nossas decisões. Isso nós não podemos transferir como responsabilidade para ninguém, a não ser a nós mesmos!
   Para termos firmeza em nossas decisões precisamos ultrapassar o calor dos sentimentos do momento. Desse modo teremos a confiança de recalcularmos nossa rota de vida consultando o nosso Deus, que sempre apontará a direção de Sua vontade. Assim teremos a sabedoria para que, no momento presente, perguntar-Lhe antes de agira: Senhor, o que queres que façamos? E, a partir da resposta que Ele nos der, é que
recalculamos a rota da nossa vida e seguimos em frente. (Pe.
FABRÍCIO ANDRADE, Formador Geral da Comunidade Canção Nova, twitter.com/pefabriciocn página 9, A Bíblia Foi Escrita Para Você, Revista Canção Nova, NOVEMBRO 2016).
 

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