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quinta-feira, 3 de novembro de 2016

OS DIREITOS DE 200 MIL CANDIDATOS


   Devido às ocupações em escolas públicas, universidades e institutos, quase 200 mil pessoas terão que fazer as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nos dias 3 e 4 de dezembro. O Ministério da Educação (MEC) decidiu adiar a prova em 304 locais. Para o restante, o exame será realizado no próximo fim de semana (5 e 6 de novembro). Ontem, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (inep) começaria a avisar os candidatos, por SMS, do adiamento, que vai atingir 191.494 candidatos. O Paraná, com 74 ocupações, e Minas Gerais com 59, têm o maior número de locais de provas ocupados. Em Minas, 42.671 participantes tiveram a data do exame alterada. No Paraná, foram 41.168 candidatos prejudicados. As ocupações das escolas completam amanhã um mês. O movimento, que acontece em diversos estados, é uma tentativa dos estudantes do ensino médio e superior de pressionar o governo federal. Os estudantes são contra a proposta de emenda à Constituição (PEC) que limita os gastos do governo federal pelos próximos 20 anos, a chamada PEC do Teto. E também são contrários à reforma do ensino médio, proposta pela Medida Provisória (MP) 746/2016, enviada ao Congresso. Os estudantes têm o direito de apresentar suas demandas. Em um governo democrático, as pessoas têm o direito de protestar quando estão indignadas. A questão que se levanta aqui não é o motivo. E nem as ocupações são orquestradas por sindicatos e partidos políticos , embora a manutenção do movimento deixa evidente o seu perfil ideológico. Mas é preciso ressalta que o direito de protestar precisa ser reavaliado quando prejudica 200 mil pessoas – candidatos que se preparam o ano todo para uma prova que pode definir ou não o ingresso a uma universidade. Há o prejuízo financeiro do MEC, com o custo adicional da elaboração e aplicação de um novo exame. Há também o prejuízo emocional: mais um mês de ansiedade para candidatos e seus familiares. (FOLHA OPINIÃO, página 2, quarta-feira, 2 de novembro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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