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terça-feira, 25 de outubro de 2016

LOGO ALI NA CABECEIRA

Apresentado por Maria Bethânia, o Livro do Desassossego acompanha o jornalista Renato Fiorin Júnior desde a adolescência

   Na edição dedicada aos livros e à literatura, uma questão foi respondida aqui por uma universitária e um jornalista. Mas fique à vontade você também pode refletir: qual o livro que marcou sua vida?
   Escolher um único livro entre todos que já passaram por nossas mãos pode até parecer uma tarefa ingrata. Há quem precise fazer uma lista dividindo livros importantes por fases da vida ou então estilos literários. Também existem aqueles que não conseguem mesmo se decidir, como se a pergunta se traduzisse em algo como ‘qual seu filho predileto?’
   Mas para alguns, a resposta está na ponta da língua. Caso do jornalista Renato Fiorin Júnior, que não hesita nem um pouco para afirmar qual livro marcou sua vida. “É que ele está muito na frente dos outros”, justifica. O título em questão é o Livro do Desassossego, de Bernardo Soares – um dos heterônimos de Fernando Pessoa. 
   Descoberta na adolescência, a escrita de Pessoa ainda faz parte da rotina do jornalista. É, literalmente um livro de cabeceira, considerando que Fiorin costuma recorrer às páginas dele antes de dormir. “É um livro de fragmentos, então não preciso ler do começo ao fim”, explica, sobre a leitura aleatória que costuma praticar. “ É um livro que ganha na releitura”, garante ele, lembrando que não é e não vai ser o mesmo ao longo da vida.
   E quando o Nobel de Literatura dado para o músico e compositor Bob Dylan ainda repercute mundo afora, Fiorin lembra que quem lhe apresentou aos textos de Pessoa foi a cantora Maria Bethânia, objeto de estudo dos seus mestrado e doutorado. No CD de 1997 Imitação da Vida, que reproduzia um show ao vivo, as canções são costuradas com textos de Fernando Pessoa e seus heterônimos Alvaro de Campos e Ricardo Reis. “ Acho o máximo essas várias máscaras e personas de Pessoa”, diz. 
   “Fui correndo atrás do Livro do Desassossego”, lembra o jornalista que hoje tem duas edições da publicação. A versão de bolso, que o acompanha nas viagens e está sempre à mão, e a maior de capa dura. “Também costumo presentear muito com o Livro do Desassossego, independente do gosto da pessoa. É universal”, garante Forin. Traduz a alma humana com muita clareza”, afirma. 

   SEM DISTINÇÃO DE MÍDIAS 
    
A universitária Ágatha Zago costuma ler um livro a cada dois ou três dias e nõ faz distinção das mídias, tanto pode ser um e-book quanto um PDF. Mas os preferidos acabam ganhando a versão impreesa e indo para sua biblioteca particular
   Para a universitária Ágatha Zago, apesar de se tratar de um livro de fantasia, “A Dança da Floresta”, de Juliet Marillier, “traz os valores que prezo como amizade e família”, justifica sobre o título que marcou sua vida. Inserida desde pequena no universo da literatura pelo exemplo dos pais, a estudante cresceu cercada por livros. “ Tive incentivo e muitos livros à disposição. Eu ia com meu pai aos sebos, comprava gibis, Achava tão bacana aquele passatempo deles de lerem e quis para mim também”, explica. 
   “ A capa me interessou bastante”, lembra Ágatha sobre A Dança da Floresta, que leu lá pelos 13, 14 anos e a transportou para um mundo paralelo. Na mesma época teve contato com títulos de grande repercussão como a saga Crepúsculo . “ Comecei com os best-sellers e depois fui para os clássicos, primeiro os ingleses, e agora os brasileiros. 
   Depois dos vampiros e lobisomens de Crepúsculo, a universitária descobriu a Jane Austen, de Orgulho e Preconceito, Razão e Sensibilidade, entre outros. “ Só faltou Emma, estou sem paciência para ela”. Brinca. A lista ainda inclui O Morro dos Ventos Uivantes, de Emily Brante. “Estou começando com os clássicos brasileiros como Machado, Drummond e Clarice”, avisa Ágatha. Já criando uma intimidade com os autores. 
   Mesmo acostumada a baixar e-books e PDF. Ela ainda faz questão de ter as edições impressas de alguns títulos especiais. “Tem aquele momento que se apaixona e quer ler de novo”, explica Ágatha. Apesar de ler fluentemente em inglês, ela participa da campanha para que as editoras publiquem no Brasil livros que só são encontrados no exterior. “Fazemos uma pressão básica”, avisa.
   “Não consigo dormir sem ler”, entrega a universitária. Por conta disso, ela costuma ela costuma terminar um livro a cada dois ou três dias. E não tem preconceitos, uma fanfic. “Muita gente não gosta, mas dá para encontrar pérolas interessantes ali”, avisa. (KARLA MATIDA – Reportagem Local, caderno caderno FOLHA MAIS, 22 e 23 de outubro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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