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sexta-feira, 16 de setembro de 2016

JOVENS FORA DA ESCOLA


   O Brasil é o campeão no ranking dos países com maior número de jovens entre 20 e 24 anos que não estão estudando. Segundo o relatório “Education at a Glance", da Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE), 75% das pessoas nessa faixa etária estão fora da escola ou da faculdade. O estudo analisou 41 países e constatou que mais da metade desses jovens estão trabalhando e 57% já concluíram o ensino médio (50%) ou superior (7%). Os dados são preocupantes e ficam pior quando abordam uma faixa maior de idade, entre 15 e 29 anos. Para essa parte da população, o relatório conclui que 20% dos brasileiros não trabalham e nem estudam. O índice é maior que a média registrada pela OCDE em 2014, que ficou em 15%. Analisando desemprego e educação, a pesquisa revelou que no Brasil a taxa de desemprego foi de menos de 6% em todos os níveis de escolarização, enquanto nos outros países essa porcentagem varia entre 4,9% (para os que têm ensino superior) e 12,4% (para os que não terminaram o ensino médio). Ainda conforme a pesquisa, o Brasil também é campeão em outro quesito, disparidade salarial relacionada ao gênero. Em 2015, o relatório apontou que o salário da mulher brasileira com educação superior representou apenas 62% do salário de um homem com a mesma escolaridade. Neste ano, representou 65%. Por outro lado, o Brasil ficou bem avaliado no quesito gastos públicos para a educação. Se entre 2005 e 2013 proporção de gastos públicos para a educação diminuiu em mais de dois terços dos países analisados, no Brasil houve aumento. A média da OCDE é de 11%, mas o Brasil superou esse índice ao dedicar pelo menos 16% do gasto público total ao setor. Melhores avaliados que o Brasil ficaram México e Nova Zelândia. A situação dos brasileiros no quesito educação é realmente um desafio, principalmente para aqueles que terminaram o ensino médio e agora tentam uma chance de cursar uma universidade. A concorrência para entras nas instituições públicas e o preço das mensalidades nas particulares são um problema para os jovens de baixa renda. Com isso o acesso ao ensino superior fica mais restrito, comprometendo as chances futuras de se conseguir um bom emprego. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, sexta-feira, 16 de setembro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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