Páginas

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

MORANGO COM WHATSAPP




   Família em Londrina transforma produção com vendas direita pelo aplicativo de celular 

   Este mundo acelerado – de troca instantânea de mensagens e informações – já fz parte do nosso cotidiano. Mas é preciso confessar: encomendar morangos fresquinhos pelo WahtsApp, da lavoura direto para a casa do cliente, ainda é algo inovador e que nos surpreende. Em Londrina, este modelo de comercialização simplesmente transformou o negócio da família Kasuya. Eles deixaram de comercializar seus produtos pea Ceasa, apostando nas vendas diretas, e atualmente 90% dos pedidos são realizados pelo aplicativo de mensagens. Exemplo perfeito que mostra a força da fruta no Estado, que possui as atividades de colheita intensificadas a partir deste mês. O Estado produz durante o ano em torno de 20 mil toneladas numa área de 700 hectares (ha).
   Um conjunto de fatores e ideias inovadoras fez que os Kasuya atingisse este patamar. O primeiro deles, foi há três anos, quando o casal Yoshi e Izenilda perceberam que as vendas através da Ceasa não valorizavam o produto deles. A variação grande de preços, baseada na oferta e procura, independentemente da qualidade do morango, deixava com baixa rentabilidade. A partir daí, eles começaram a vender diretamente aos clientes, em frente às escolas da cidade, um produto fresco e colhido no dia.
   O segundo fator – este também fundamental – foram as inovações trazidas pelo filho do casal, Helder Kasuya, de 28 anos. Formando em Administração de Empresas pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), Helder passou alguns anos trabalhando em cooperativas de crédito e, convidado pelos pais, viu que seu retorno à propriedade seria uma oportunidade grande de negócio. Adequando as ferramentas de gestão, potencializou as redes sociais e reforçando as vendas pelo WhatsApp , o negócio, de fato, se transformou: “Hoje, funciona da seguinte forma: eu faço a parte da gestão, financeiro, comercialização e trabalho com as redes sociais, enquanto meu pai, minha mãe e mais dois funcionários cuidam da produção”.

   FILA DE ESPERA

   Da área de 12 hectares da família, na Usina Três Bocas, há por volta de seis mil metros dedicados às estufas de morango, o que gera uma produção média anual de 15 toneladas. Já as vendas, colhendo seis meses por ano a partir de julho, giram em torno de 400 a 500 quilos por semana. “Neste ano, devido ao clima, com chuvas e geada, a produção será um pouco menor e vai influenciar nas vendas. Inclusive, neste momento, estamos com clientes numa lista de espera”, salienta Helder. 
   O trabalho nas rede sociais, aliás, é bastante profissional. No Facebook, com a pagina com quase seis mil curtidas, o jovem publica informações sobre a produção, fala sobre a técnica de manejo integrado e utilização mínima de agrotóxicos (este vídeo tem mais de 3 mil visualizações!) e até receitas. No Instagram, claro, belas fotos da produção, e no Snapchat, pequenos vídeos de 10 segundos de como é o dia a dia da lavoura. “Hoje, nosso produto foge do padrão. Diferentemente das bandejas tradicionais, em que os morangos têm tamanhos e qualidades distintas, nós vendemos uma caixa diferenciada, de papelão, com um quilo de morango selecionado por R$ 20. Nosso retorno mais que dobrou.”
   Se a volta para a propriedade valeu a pena? A resposta está na ponta da língua. “Minha decisão foi super acertada, meus pais me dão toda a abertura para a inovação e hoje tudo que ganhamos reinvestimos no negócio. No futuro, queremos partir para a produção orgânica e aumentar a produtividade em cinco toneladas por ano. Em relação à minha qualidade de vida, foi uma mudança completa, com horários mais flexíveis, menos stress, valorização pessoa, retorno financeiro ... Estamos muito satisfeitos”. Para quem se interessou pelas compras dos Morangos kasuya via WhatsApp, o telefone é (43) 9860-7340. No Face, basta digitar “Morangos Kasuya”. (VICTOR LOPES – Reportagem Local, caderno FOLHA ECONOMIA & NEGÓCIOS, página 4, sexta-feira, 29 de julho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

Nenhum comentário:

Postar um comentário