CONSCIENTIZAÇÃO E INFORMAÇÃO SOBRE tdah

   Transtorno neurobiológico será discutido durante evento em Londrina, objetivo é conscientizar os pais, familiares, professores, psicólogos e profissionais da saúde

   Londrina vai realizar a 1ª Semana Municipal de Informação e Conscientização sobre Transtorno do Defict de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e outros transtornos neuropsiquiátricos. A abertura oficial das atividades será na terça-feira (2), às 14 horas, na Câmara Municipal de Londrina. O objetivo da semana é informar e conscientizar a população sobre o transtorno e outros neuropsiquiátricos, que atingem diversas crianças e adultos. Para isso, toda a rede municipal de serviços de educação, saúde e assistência social está integrada e desenvolverá ações informativas. 

   As escolas farão palestras com pais, professores e comunidade em geral, além de publicarem cartazes e painéis informativos e desenvolvendo atividades pedagógicas e decoração com balões laranjados, simbolizando a cor do TDAH. Na sexta-feira (5), às 19 horas, na Unopar Piza (Rua Marselha, 183), haverá uma mesa redonda sobre “Medicalização na infância: desafios e responsabilidades”, com os médicos Clay Brites, Rosa M. J. Scicchitano, Vera Dolens, Amanda Angélica e Fernando Zalucci. 

   “Nossa intenção é conscientizar os pais, professores, psicólogos e profissionais da saúde em geral para a intervenção nas questões de comportamento, atenção e memória. Se fala muito em medicar as crianças com TDAH e pouco da importância do tratamento psicopedagógico associado”, observa Cristiane Sola, uma das coordenadoras da semana e gerente da Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação. “Com a medicação a criança ficará mais calma, mas se não houver tratamento multimodal adequado por parte da escola, da família e de psicólogos não haverá mudança no comportamento.”

   Na rede municipal de Educação são 305 estudantes diagnosticados com TDAH. Todos têm acompanhamento multiprofissional e usufruem – de uma a duas vezes por semana – das salas de recursos multifuncionais. Ao todo, são 39 salas disponíveis e 54 professores com formação especial para atendê-los. 

   SINTOMAS

   Segundo a psicóloga especialista clínica da Policlínica e também uma das coordenadoras da semana, Alessandra Batista de Souza, o TDAH é um transtorno neurobiológico, que aparece na infância e geralmente acompanha a pessoa na vida adulta. São comuns sintomas como inquietude, impulsividade e falta de concentração. O TDAH aparece de duas formas, sendo uma a TDA, em que a criança não presta atenção naquilo que lhe é passado, não retém informações, apresenda ansiedade e baixo rendimento escolar. No segundo caso, no TDAH, o indivíduo tem dificuldade para aprender por causa da hiperatividade, assim como não consegue manter o foco em algo específico. 

   “Os sintomas do TDAH são muito parecidos com o de outras doenças que aparecem na infância, como a depressão e traumas por conta de abusos sexuais, por exemplo. Por isso, de cada 10 crianças que recebíamos com suspeita de transtorno de de deficit de atenção, somente duas tinham realmente o problema. Após a orientação aos professores e profissionais da saúde, conseguimos extinguir a fila de espera para o atendimento às crianças , hoje, o município está com toda a rede engajada”, afirmou Alessandra. 

   O tratamento deve ser multidisplinar, com psicoterapia, adequação dos ambientes escolar e familiar; auxílio de fonoaudiólogos para trabalhar a comunicação que, por vezes, fica dificultada; psicopedagogos e, se não houve melhoras, deve partir para a intervenção medicamentosa. 

   A I Semana Municipal foi instituída através da Lei Municipal nº 1.398/2016. Conta com o apoio do Sindserv e realização da Prefeitura de Londrina em conjunto com o Movimento Criança na Rede. O Movimento é formado por profissionais municipais que atendem as crianças com transtornos e por instituições ligadas à área, como Apae, Ilece, Flavia Cristina Escola de Educação Especial e Instituto Roberto Miranda , entre outros. (REPORTAGEM LOCAL, página 2, caderno FOLHA CIDADES, sábado, 30 de julho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).