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segunda-feira, 11 de julho de 2016

NÃO É JOGO DE SORTE

 
   Consultoria é uma profissão cada vez mais cobiçada por estudantes e profissionais não atuantes no ramo. Uma das razões é o falso pressuposto de que dá dinheiro. Outra é a visão de “país das maravilhas“ de um crescente número de desempregados que não se recolocam ou, quando conseguem, sem resgate da posição e salário de antes da crise. 
   Tal como novas crenças religiosas proliferam em momentos de crise econômica, pessoas profissionalmente mal resolvidas acreditam que vestir-se como executivo e empregar terminologia rebuscada darão acesso fácil e rápido ao ganho que o mercado de trabalho lhes nega por possíveis motivos como: falta de competência, por exemplo. 
   O problema não se restringe a quem os contrata, mas provoca desgaste à profissão. 
   Basicamente, existem dois tipos de consultoria: a de sintomas e a de causas. 
   A consultoria de sintomas trata dos problemas pela aparência. Cobra caro porque é rápida e deixa a sensação de que tudo foi resolvido. Passado um tempo, o mal retorna – às vezes bem pior do que antes. 
   Uma metáfora pode ajudar. Se alguém tem dor de cabeça e vai a um médico que lhe receita um analgésico, isso talvez traga conforto momentâneo. Mas essa dor podia ser apenas um sinal de algo mais grave que o remédio afastou sem tê-lo curado, de fato. 
   A consultoria de causa tem outra atuação. Primeiro conhece o problema em profundidade a fim de discernir a respeito. Depois, busca suas causas e só então trata de eliminá-las. Naquela mesma analogia, se o médico for profissional, não dará receita alguma sem antes averiguar a origem da cefaleia através de exames e avaliações. Após conhecê-la, determina o tratamento e o implementa até que o paciente seja curado. 
   A sabedoria ensina: “Enquanto a origem do problema permanecer, ele não será resolvido”. Simples, porém difícil! 
   O que fazer? 
   Busque referências antes de abrir a sua empresa à “horda” atual de consultores, mentores, coaches, headhunters, conselheiros, marqueteiros, gurus, pajés e outros. Todo currículo é bonito. Empregue um só indicador para decidir se irá ou não conceder aquela “hora para apresentação” que eles solicitam. O indicador é: resultados anteriores. Quem não os tiver, ou é iniciante, ou pescador de tolos. ( ABRAHAM SHAPIRO, consultor e coach de líderes em Londrina, FOLHA EMPREGOS & CONCURSOS, espaço coluna ABRAHAM SHAPIRO, segunda-feira. 11 de julho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA ).  

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