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segunda-feira, 11 de julho de 2016

A DISTÂNCIA ENTRE O REAL E O IDEAL


   O aumento do custo de alimentação dentro de casa fez o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Diese) elevar também a estimativa de salário mínimo em junho. Segundo a pesquisa, para manter uma família de quatro pessoas, o mínimo deveria ser de R$ 3.940. 23. O valor representa 4,48 vezes o mínimo oficial, de R$ 880, e foi puxado principalmente pela alta dos preços do feijão, do leite e da batata. Até maio, o suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, conforme prevê a constituição federal, estava em R$ 3.777,93. O leitor pode estranhar a alta tão significativa do “mínimo ideal”, levando em conta a desaceleração da alta da inflação no último bimestre. Mas é preciso considerar que o custo da cesta básica continuou a crescer devido a entressafra de alguns produtos, a problemas climáticos que atingiram as propriedades rurais e por questões de mercado, como a redução da área plantada de feijão em substituição à soja. A alimentação é o que mais afeta o orçamento familiar da população de baixa renda e é justamente o fator que vem subindo mais que a inflação. Se o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com renda de até cinco salários mínimos, fechou junho em 9,49%, o aumento sobre os alimentos ficou em 13,27%, conforme divulgado na última sexta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É certo que as oscilações nos preços de alimentos são pontuais e devem cair nos próximos meses, mas a previsão de uma resposta positiva para o desemprego e a recessão ainda deve demorar mais um pouco. Enquanto isso, cresce o número de famílias brasileiras que correm o risco de retornar à pobreza, depois de experimentarem, anos atrás, a vida na chamada “nova classe média”.(FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, segunda-feira, 11 de julho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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