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sexta-feira, 1 de julho de 2016

DEPRESSÃO CRESCE COM O DESEMPREGO


   Uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e divulgada ontem mostrou que, em 2013, um pouco mais de 10% dos brasileiros com idade acima de 18 anos e que estavam fora do mercado de trabalho sofriam de depressão. Levando em conta o agravamento da crise econômica nesses três últimos anos, não será uma surpresa se esse índice crescer ainda mais quando a próxima análise for divulgada. O trabalho do IBGE levou em conta um total de 61,8 milhões de desempregados. As informações fazem parte de um estudo maior, a Pesquisa Nacional de Saúde 2015 – Indicadores de Saúde e Mercado de Trabalho. O levantamento contabilizava, na época, a existência de cerca de 160 milhões de pessoas integrando a População em Idade Ativa (PIA) do País, em um universo de 200,6 milhões de pessoas, segundo o censo 2010. Quando se analisa os brasileiros em idade ativa desocupados (5,7 milhões fora do mercado de trabalho, mas procurando emprego) em 2013, o percentual cai para 7,5%. Entre as pessoas fora do mercado de trabalho (que não trabalhavam, nem procuravam emprego, embora em idade ativa), o total passa a 7,6%, o equivalente a 11,2 milhões. O percentual menor de trabalhadores com depressão foi verificado entre a população ocupada: 6,2%. O levantamento traz outro dado preocupante: 12,6% da população com idade ativa que está fora do mercado de trabalho consumiam algum tipo de remédio para dormir. As análises, feitas em convênio com o Ministério da Saúde, comprovam que o desemprego é mesmo devastador e suas consequências ultrapassam as questões econômicas. Cada trabalhador pode reagir de maneira diferente à perda do emprego. Isso depende de muitos fatores, como modo de encarar as adversidades que a vida apresenta. Depende também do “tempo de casa”, da experiência de vida, da situação financeira da família. A incidência dessa doença vem crescendo ano a ano e, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), de 1900 a 2013 o número de pessoas com depressão e ansiedade aumentou de 416 milhões para 615 milhões em todo o mundo. Diante disso, é importante que as autoridades públicas brasileiras encarem o problema com muita atenção e direcione recursos financeiros para os serviços de saúde mental. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2 sexta-feira. 1 de julho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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