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sexta-feira, 1 de julho de 2016

COM SUCATAS E SEM MERCÚRIO, RIO-16 QUER MEDALHAS MAIS SUSTENTÁVEIS DA HISTÓRIA

Funcionário da Casa da Moeda do Brasil trabalha em uma medalha paraolímpica que vai ser utilizada nos Jogos do  Rio
   Restos de espelhos e chapas de raio-x passam longe do pensamento de um atleta quando imagina como seria o auge da sua carreira, mas essas sucatas estarão presentes nas medalhas do Rio-16.
   Produzidas pela Casa da Moeda, as 5.130 medalhas foram desenvolvidas com a promessa de serem as mais sustentáveis da história olímpica. 
   “Algumas possibilidades foram efetivamente realizadas, como o ouro 100% isento de mercúrio em sua extração e a prata em que 30% é de reciclagem”, disse o superintendente da Casa da Moeda, Marcos Pereira, no local de produção, zona oeste do Rio.
   Segundo Pereira, a ideia é estimular grandes empresas a trabalhar com ouro que atenda aos critérios de sustentabilidade, uma vez que o mercúrio pode contaminar o ambiente, populações ribeirinhas e a cadeia alimentar.
   A principal matéria-prima das medalhas de ouro é a prata, que vem de resíduos de espelhos, desembaraçadores de para-brisas de carros, soldas ou até chapas de raio-x. 
   Com 92,5% de pureza, a prata recebe um acréscimo em sua composição metálica de seis gramas de ouro, de 99,9% de pureza, tornando-se então da cor que representa os campeões dos jogos.
   O cobre das medalhas de bronze também é de origem reciclada, mas de materiais da própria Casa da Moeda. 

   ARTESANAL
 
   As medalhas levam no mínimo 48 horas para serem produzidas, em um processo quase artesanal. Equipes se revezam 24 horas por dia. 
  Apesar das máquinas de ponta para modelagem, os primeiros modelos foram fetos pelas mãos de artistas como o gravador Nelson Neto Carneiro, servidor da Casa da Moeda há mais de 40 anos.
   O desenho da deusa grega Nike, que representa a vitória, é exigência do Comitê Olímpico Internacional (COI) e foi ajustado manualmente para maior precisão. Posteriormente, são adicionado digitalmente novos elementos, como um estádio e a legenda abaixo da imagem. 
   “ É um sentimento de conquista. A gente faz o trabalho e o vê no peito dos atletas, que fizeram um esforço enorme para conquistar, porque são pouquíssimos que vão conquistar “, disse Carneiro. 
   A produção da Casa da Moeda também pretende criar um legado no que diz respeito às medalhas paraolímpicas, segundo Victor Hugo Berbert, gerente da seção de medalharia: pequenas esferas de aço inox colocadas dentro das medalhas geram sons diferentes de acordo com a classificação. 
   “ A gente percebeu que era possível fazer sons se variássemos as esferas. Daí veio a ideia de fazer sons diferentes para ouro, prata e bronze. ( DA REUTERS, COTIDIANO, B7 ESPORTE ,espaço FOCO, quinta-feira, 30 de junho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE S. PAULO).

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