Escândalos de corrupção envolvendo altos graduados do governo chinês são recorrentes. Envergonhadas, as autoridades chinesas resolveram endurecer com os funcionários públicos que deviam recursos públicos e aceitam propinas. Até mesmo a pena de morte pode ser aplicada em casos graves de corrupção. Há leis rigorosas para servidores que não delatarem parentes ou colegas corruptos e as novas regras afetam diretamente cônjuges e familiares. Por exemplo: maridos e mulheres de autoridades públicas não podem aceitar cargos de direção em empresas privadas ou multinacionais. Quanto maior a posição do funcionário público, maior a restrição, ficando os maridos e esposas impedidos de serem sócios e diretores de empresas. O governo também anunciou que ficará de olhos no caso de filhos, genros e noras, que não poderão trabalhar ou manter negócios em setores semelhantes ao dirigido pelo parente. É claro que o pacote anticorrupção lançado na China não serve de modelo para o Brasil. As diferenças são muitas , culturais e políticas. Mas chama atenção a rapidez com que o quarto maior país do mundo se mobilizou para dar uma resposta ao povo, cansado de tantos escândalos envolvendo membros do governo. Em março de 2015, a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) enviou para a Câmara dos Deputados um pacote anticorrupção que tornava o caixa 2 crime e previa confisco de bens de corruptos, entre outras coisas. Até hoje, os projetos não saíram do papel. Assim como as 10 Medidas Contra a Corrupção, campanha lançada pelo Ministério Público Federal (MPF) que conseguiu dois milhões de assinaturas e agora espera atenção do Congresso para se tornar um projeto de lei de iniciativa popular, a exemplo da Lei da Ficha Limpa. O abaixo-assinado chegou à Câmara em março, mas até agora a direção da Casa não criou uma comissão para começar a encaminhar os projetos. A corrupção é uma das principais preocupações dos brasileiros. É uma pena que os congressistas não encarem o problema como urgente. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br terça-feira, 14 de junho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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