Páginas

terça-feira, 14 de junho de 2016

DESAFIOS DO GOVERNO TEMER


   Novas expectativas com a troca de presidentes suas equipes de apoio no ministério gera nos empresários e na população um novo ânimo e expectativas de que poderá haver melhoras em curto prazo. Acertar os ponteiros, com a maioria na Câmara e no Senado, mesmo com o PT em frangalhos já assumindo a postura de oposição, facilita a governabilidade. Porém, o preço é elevado, pois se mantém a prática do fisiologismo para se compor a base de apoio no Legislativo e acomodar todos os partidos, inclusive os “nanicos”, em cada uma das pastas que servirá de alicerce ao presidente em exercício, até que se resolva definitivamente o julgamento do impeachment de Dilma Rousseff.
   Os pecados capitais da presidente não forma tão-somente o alicerce na base do assistencialismo, mas as inverdades mencionadas na campanha política e uso de manobras orçamentárias , através das pedaladas fiscais e da contabilidade criativa para omitir ou esconder informações relevantes, inclusive sobre os preços administrados. Tudo isso causou a situação medíocre que hoje a Petrobras vem enfrentando, que exige até mesmo a necessidade de vender ativos e buscar outras estratégias para fortalecer o caixa. 
   O presidente interino tem, em seu equipe, pessoas envolvidas em escândalos apontados pela Operação Lava Jato. Isso poderá, aos poucos, minar alguns ministérios. A busca pela blindagem pode prejudicar o novo governante, sobre o qual também pairam dúvidas e questionamentos de envolvimentos, que poderão vir à tona, travar a ações e até mesmo provocar outras modificações no quadro político nacional. 
   No lado econômico, precisará haver, primeiramente, uma sensibilidade ante os fatos e levantamentos preliminares para que sejam tomadas decisões de curtíssimo prazo para tirar do foco as críticas destrutivas que o País vem sofrendo internamente e no cenário internacional. De maneira inteligente, o presidente em exercício apostou suas fichas em Henrique Meirelles para o Ministério da Fazenda. Trata-se de profissional de mercado, que tem respaldo internacional pela sua competência e é conhecedor das necessidades e prioridades para a conquista do equilíbrio das contas públicas e o congelamento do endividamento , assim como, iniciar o processo de pagamento de juros com superávit fiscal. 
   Meirelles traz um acervo de competências consistentes. Se tiver carta branca e por não ser político, auxiliará a conclusão da política econômica e com mais transparência e responsabilidade. A sua colocação com relação aos profissionais que farão parte da equipe de retaguarda nos bancos públicos, já evidencia que não quer políticos envolvidos nesses cargos, mas técnicos que passarão pelo seu crivo para se tornarem parceiros dessa nova empreitada. S tarefa não será fácil, com a economia em frangalhos e a situação internacional também em crise. Tudo isso dificulta a recuperação da economia nacional em curto prazo, mas o que precisa haver é a melhora da credibilidade, que, infelizmente, a presidente afastada não conseguiria resgatar. Tal problema rebaixou as notas de crédito do Brasil e afugentou os investidores internacionais e nacionais. 
   Como foi apontado pelo atual ministro da Fazenda , os benefícios sociais conquistados representam pequena parcela do orçamento, mas precisa ser analisado até que ponto não se transformam em malefícios quando um grupo de pessoas abre mão das condições de trabalho para receber uma bolsa criando acomodações, além dos escândalos de desvios, como no projeto Minha Casa Minha Vida.
   O remédio poderá ser amargo, mas benefícios concedidos a empresas que prioritariamente não precisam e o redirecionamento de investimentos na recuperação de outras realmente necessitadas pode ser o ponto chave, no qual uma das premissas é a abertura de novas linhas de crédito e queda dos juros, para estimular a economia e eliminar o risco de mais desemprego.
   Transparência e ética tem que ser a marca do governo. Caso contrário, teremos mais problemas futuros para administrar. (REGINALDO GONÇALVES, coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina em São Paulo, página 2, ESPAÇO ABERTO, terça-feira, 14 de junho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

Nenhum comentário:

Postar um comentário