CONTRATAÇÃO DE AGENTES DE CADEIA

   O Estado do Paraná vai contratar 1,2 mil agentes de cadeia temporários, que ajudarão a cuidar de presos que hoje estão em delegacias e unidades prisionais. Um edital de contratação foi aberto pelo governo estadual, iniciativa que não agradou o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado do Paraná (Sindarspen) e causou revolta entre candidatos aprovados no último concurso para agentes penitenciários. A segurança nas delegacias brasileiras é um tema complexos e polêmico. No Paraná, há anos faz parte da agenda de quem está à frente das pastas de Segurança ou da Justiça. Implica em várias situações conflituosas, como a presença de presos que não deveriam estar em celas de delegacias, entendendo que a permanência ali deveria ser provisória. Ou implica em desvio de função, quando policiais (civil ou militar) deixam de cumprir suas obrigações de investigação e de preservação da ordem pública para trabalhar como carcereiros. Portanto, são bem-vindas as ações que vêm resolver, mesmo que de forma paliativa, essa questão de desvio de função. Principalmente porque a sociedade anseia e precisa de uma política eficiente que desempenhe suas reais atribuições. Mas a sociedade também quer segurança nas cadeias e, nesse sentido, é preciso que a contratação de agentes respeite processos que garantam essa condição. A vulnerabilidade no setor é muito preocupante, pois é nessas brechas que criminosas encontram facilidades para ter acesso a aparelhos de telefone celular e assim podem comandar o crime de dentro das prisões. Ou tem acesso a armas que acabarão sendo usadas em fugas ou rebeliões. Considerando tudo isso, é necessário avaliar se o período destinado treinamento dos aprovados é realmente suficiente e se a remuneração prevista e a idade mínima estão de acordo com a importância da função. Por fim, é preciso lembrar que se trata de uma solução provisória e que mais cedo ou mais tarde a sociedade vai pedir uma resposta definitiva. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, quarta-feira, 15 de junho de 2016 publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).