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terça-feira, 7 de junho de 2016

CAIXA DE PANDORA


   Em uma frase, o subprocurador-geral da República Nicolao Dino Neto definiu o que é combater a corrupção no Brasil. “É abrir a Caixa de pandora”, aquele objeto que segundo a mitologia grega guarda todos os males do mundo. A declaração de Nicolao Dino é um exemplo de como o problema é grave e virou uma doença sistêmica. Quanto mais mexe na “Caixa de Pandora”, mais uma ramificação criminosa aparece. Quem acompanha as notícias das operações Operação Lava Jato e Publicano, para ficar nos exemplos paranaenses, sabe bem o que diz o subprocurador. A primeira se tornou a maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o País já teve e apura desvios na Petrobras. A segunda apura um esquema de corrupção dentro da Receita Estadual do Paraná. Os desdobramentos parecem não ter fim. Hoje, a Folha de Londrina publica reportagem mostrando quanto custavam aos cofres do Estado os salários dos 71 auditores suspeitos de envolvimento no esquema de propina da Receita. Pelos cálculos do jornal, juntos esses servidores investigados pelo Gaeco receberam, sem trabalhar, R$ 26 milhões. Para chegar ao valor gasto com os 71 auditores, a reportagem considerou a data do afastamento de cada um e a média salarial de maio, quando o pagamento aos 71 auditores somou R$ 2.280.834,58. O salário usado no cálculo foi de R$ 32.124. Dos 71 auditores investigados, 83 respondem a processos administrativos disciplinares. No caso deles, a Corregedoria Geral da Receita sugeriu a demissão de todos. Nada pode ser feito em relação ao salário integral, pois o Estatuto dos Auditores Fiscais garante o benefício. Situações como esta afetam a imagem do País. Vítima da corrupção sistêmica, o Brasil está em péssima colocação em ranking como o da Transparência Internacional. Nesse indicador de percepção de corrupção, o Brasil está na 76ª colocação, enquanto a Suécia se destaca em primeiro lugar O índice é baseado em entrevistas com especialistas, geralmente membros de bancos internacionais e fóruns globais. A corrupção é um mal que precisa ser combatido diariamente e em todas as esferas. No caso do Brasil, passa por educação, por uma transparência ampla e leis mais rigorosas. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, terça-feira, 7 de junho de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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