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quarta-feira, 18 de maio de 2016

HOSPITAL TÊM MENOS VAGAS PARA O SUS


   O Sistema Único de Saúde (SUS) perdeu 23 mil leitos hospitalares em cinco anos. A diminuição no serviço atingiu 19 estados e o Paraná foi o quinto com maior queda. Eram 21.027 vagas em 2010, caindo para 18.907 em 2015, totalizando uma perda de 2.120 leitos nos hospitais paranaenses. Os números fazem parte de um estudo feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) com base no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, (CNES), que por sua vez utiliza dados do Ministério da Saúde. Quando se analisa os números gerais do Brasil, é possível ter uma dimensão do problema pois o País perde por dia, 13 leitos do SUS. Em dezembro de 2010, eram 335.482 leitos. Já em dezembro de 2015, esse número diminuiu para 311.917 (-7,5%). O Rio de Janeiro foi o estado que mais perdeu vagas (-7,052). Mas o levantamento apontou que não está ruim para todos, pois oito estados tiveram aumento, entre eles, nossos dois vizinhos da Região Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. As áreas mais atingidas foram obstetrícia, psiquiatria, pediatria cirúrgica e cirurgia geral. Por outro lado, os leitos de suporte de observação e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aumentaram. Assim como cresceram as vagas ofertadas pela rede privada. É sempre preocupante a notícia do fechamento de vagas hospitalares para o SUS. Principalmente porque, apesar da Organização Mundial da Saúde (OMS) não estabelecer taxas ideias de leitos por habitantes, outros países com sistemas universais de saúde estão melhor colocados que o Brasil, lembra o Conselho Federal de Medicina. Um relatório da OMS de 2014, mostra que o Brasil possuía 2,3 leitos hospitalares (públicos e privados) para cada grupo de mil habitantes no período de 2006 a 2012. A taxa é equivalente à média das Américas, mas inferior à média mundial (2,7). A Argentina tem 4,7, a Espanha 3,1 e a França 6,4. É preciso fazer uma reflexão sobre o que significam essas estatísticas. Apesar de o Ministério da Saúde argumentar que há uma tendência mundial de diminuição na oferta de leitos hospitalares por conta do avanço da medicina preventiva, o número de vagas acaba sendo uma relação com a disponibilidade dos serviços oferecidos. Lembrando ainda que a população cresceu e a crise financeira que atinge o Brasil está fazendo muitas famílias abandonarem os planos de saúde particulares e passarem a usar o SUS. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, quarta-feira, 18 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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