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segunda-feira, 23 de maio de 2016

AS BRINCADEIRAS PERIGOSAS QUE VÊM DA INTERNET


   Os pais costumam se preocupar com drogas, violência e trânsito e não imaginam que dentro de casa, no computador, os sites de compartilhamento e vídeos podem trazer uma nova ameaça à vida das crianças e adolescentes. São as chamadas “brincadeiras perigosas “ ou “jogos de desmaio”,  práticas que atraem os jovens e já fizeram muitas vítimas fatais. Há cerca de dez dias, um rapaz de 21 anos foi encontrado morto em Apucarana supostamente após inalar gás butano, um dos produtos usados nas “brincadeiras”. Recentemente, uma estudante de 18 anos, morreu em uma cidade do interior de São Paulo após inalar gás de buzina. As “brincadeiras perigosas” consistem em aceitar o desafio de provocar a não oxigenação do cérebro por sufocamento ou inalação de substâncias químicas fáceis de encontrar na casa de qualquer família. 
   A princípio pode parecer uma atividade inofensiva, porém pais e educadores devem orientar suas crianças de que se trata de algo muito perigoso. Existe até um instituto, em Fortaleza (CE), chamado “Dimi Cuida”, criado por uma família de um menino de 16 anos, vítima de um desses jogos. O objetivo do instituto é justamente orientar a sociedade para essa nova ameaça, que chega pela internet. Nove famílias que perderam entes queridos nesses jogos fazem parte da organização. E o mais chocante é que muitos pais e responsáveis desconhecem a existência desses desafios. Professores também nem imaginam que nas dependências das próprias escolas onde trabalham, esse tipo de brincadeira acontece. 
   Uma pesquisa feita pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) revelou que os praticantes desses jogos não são crianças e jovens problemáticos e nem com tendências suicidas. Entre os mais de 1.300 estudantes ouvidos, os pesquisadores descobriram que 49% já tinhas praticado algum jogo  de não oxigenação pelo menos uma vez na vida. Os meninos são maioria entre os participantes e 30% admitiram que aderiram à brincadeira por pressão dos amigos. E muitos participam das atividades sem calcular os riscos de morte ou de sequelas, como perda de visão. 
   Os “jogos de desmaio” foram tema de reportagem, ontem, na Folha de Londrina. Certamente, muitos pais e professores que leram a matéria não imaginavam que esse tipo de brincadeira existia. A internet é uma realidade que veio para ficar e tem uma série de benefícios. Mas é preciso ficar atento aos riscos. A prevenção é a melhor alternativa. Comece por conversar com os jovens, esclarecer sobre os perigos, saber os canais e sites que eles seguem e quem são as web celebrities admiradas. Em uma época de tão fácil acesso à informação, é preciso investir na educação e na conversa franca com os filhos. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, segunda-feira, 23 de maio de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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