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sábado, 30 de abril de 2016

TRABALHO, CONQUISTAS E PERDAS


   Na semana em que é celebrado o Dia do Trabalho, os indicadores apontam que muitos brasileiros não terão o que comemorar. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, 
divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mostra que a taxa de desemprego atingiu 10,9% no primeiro trimestre deste ano. É o maior índice já registrado desde o lançamento da pesquisa, no primeiro trimestre de 2012. A Pnad tem abrangência nacional e os dados são compilados por períodos de três meses. 
   Importante ressaltar que em todas as comparações, tanto com relação ao trimestre anterior como os três primeiros meses do ano passado, o percentual registrado agora é maior. Há um ano a taxa apurada foi de 7,9%. Com relação à ultima verificação, no trimestre móvel encerrado em fevereiro, o desemprego atingiu 10,2%. O número absoluto de desocupados (pessoas sem emprego, mas que buscam colocação) está em 11.089 milhões, alta de 22% em relação ao trimestre encerrado em dezembro passado. 
   Os números mostram que o cenário de recessão econômica, aliado à crise política, contribuíram significativamente para que os trabalhadores perdessem diversas conquistas obtidas desde o início dos anos 2000. Se há alguns anos um dos gargalos enfrentados pelo País era justamente a falta de mão de obra, agora há uma oferta excessiva de trabalhadores. E isso afeta fortemente as famílias porque tem a sua qualidade de vida afetada e são obrigatoriamente obrigadas a reduzir custos e a cortar seu padrão de vida. 
   E não é só isso: há um efeito importante entre os mais jovens. Nos períodos de boom econômico, esse grupo optou pelo estudo e, agora, está sendo obrigado a abandonar os bancos universitários para trabalhar e ajudar a família. Outro dado importante mostra que em Março 60,2% das negociações para reajustes ficaram abaixo da inflação para o mês. Os dados são do Boletim Salariômetro da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor no mês passado ficou 11,1%, o aumento médio das categorias com data-base em março foi de 11%. Portanto, os números não são nada favoráveis e apontam claramente que o cenário precisa ser revertido. Anos de conquistas não podem simplesmente ser pedidos. (FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, sábado, 30 de abril de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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