Páginas

quarta-feira, 6 de abril de 2016

RECONHECIMENTO INTERNACIONAL

  Artista plástica, que já expôs no museu do Louvre, integra o livro com a série "About me.For You"

   Formada em Artes Visuais pela UEL, Anny Carvalho, de 26 anos, é a mais jovem artista a integrar coletânea de arte brasileira contemporânea

   A música foi responsável pelo fim de um bloqueio criativo sofrido pela artista plástica Anny Carvalho há dois anos. Ao ouvir repetidamente a canção “Stronger” interpretada pela cantora Kelly Clarkson, a paulistana formada em Artes Plásticas Visuais pela Universidade Estadual de Londrina se inspirou para criar sua nova série, intitulada “About me. For You”. A coleção foi responsável pela inclusão do nome da pintora no livro “Arte Brasileira na Contemporaneidade”, lançado na semana passada em São Paulo e que será publicado em Nova Iorque (EUA) no mês de maio. 
   O livro reúne 50 artistas brasileiros criteriosamente selecionados pela produtora cultural Carmen Pousada, que afirma ter usado a arte para decifrar , harmonizar e criar a possibilidade de expressão entre as várias vertentes culturais brasileiras e globais. “Esses artistas mostra onde o artista está em seu conceito”, destaca. Publicada pela Editora Ornitorrinco, a obra terá parte da renda doada o Instituto Arte de Viver de Valéria Baraccat Gyy, que atende pacientes com câncer de mama e seus familiares. 
   Anny é a mais jovem entre os participantes destacados pela obra. “É muito importante para uma artista que ainda está iniciando a carreira participar de uma obra deste porte, ainda mais ao lado de nomes como Caciporé Torres, David Dalmau e Marangoní, admirados profundamente por mim e reconhecidos dentro e fora do País”, comemora. 
   A tela em reconhecimento no livro traz a inscrição “It’s time to begin”, inspirada pela canção “It’s time” (Imagine Dragons), foi criada com a técnica mista e mede 60x80cm. “Estava morando em Londrina e passei por um período sem nenhuma inspiração para pintar no final de 2013. Até que coloquei a música “Stronger” e ouvindo repetidamente a canção voltei a produzir. Achei o processo interessante e acabei dando início a essa série”, afirma Anny.
   Ela relata que sua nova coleção foi inspirada em um repertório bastante eclético que inclui Rolling Stones e Coldplay. “Às vezes coloco algum artista ou banda de que gosto e também músicas que ouvi pela primeira vez no carro ou em eventos sociais e que só fico sabendo quem canta após pesquisar na internet. É curioso porque fico envolvida apenas pela melodia pois não consigo traduzir as frases cantadas em inglês para o português. Ouço uma música repetidas vezes enquanto estou pintando e só depois do quadro pronto é que vou buscar sua tradução. Então incluo trechos da canção no quadro. Ás vezes essas referências ficam bem nítidas, e outras quase invisíveis”, detalha. 
   Com apenas 26 anos de idade, Anny já teve várias conquistas profissionais. “Comecei a pintar quadros desde criança e trabalho profissionalmente desde 2008. Tive a sorte d expor meu trabalho pela primeira vez no Museu do Louvre em Paris”, afirma a pintora, que em 2011 teve suas obras expostas no museu mais visitado do mundo após a marchand londrinense Ana Maria Barreto, da Galeria Bahiarte, reconhecer seu potencial e enviar suas obras para a comissão organizadora da mostra. Após o evento, Anny também participou de importantes exposições internacionais no Japão, Portugal e Estados Unidos. 
   Segundo a pintora, ainda é muito cedo para encontrar definições para seu trabalho. “Tenho referências muito fortes do expressionismo abstrato, movimento surgido na Alemanha, na década de 1940. Utilizo uma técnica denominada ‘action painting’, que tem como principal características a demonstração dos sentimentos do artista por meio da gestualidade dos traços marcantes e cores fortes e da escolha das cores. Meu desejo é tocar as pessoas de alguma forma com minha arte. É despertar nelas algum tipo de sentimento e inquietação “salienta. 
   Entre os sonhos da artista está a montagem de um ateliê em Londrina. “Estudei na UEL e tenho uma ligação muito forte com a cidade. Acho Londrina linda e com muita qualidade de vida. Além disso os moradores valorizam bastante a arte e com os contatos que tenho posso encaminhar minhas obras daí para as diversas galerias. Pretendo realizar esse meu sonho até o final do ano e continuar vivendo de arte, que é a meta que tenho desde a adolescência”, revela. ( FONTE: MARCOS ROMAN – Reportagem Local, caderno FOLHA 2, quarta-feira, 6 de abril de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA

Nenhum comentário:

Postar um comentário