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quarta-feira, 13 de abril de 2016

PEDRINHO NO PARQUE




           Fomos ao parque Ney Braga com o Pedro – e é claro que ele adorou. A Exposição de Londrina é um um mundo de sonhos para as crianças. A alegria do Pedro foi tão grande que até nos esquecemos um pouco do calor e da crise. Então eu pensei em outro menino, que também se chama Pedro.
   O meu Pedro vai fazer seis anos, o outro Pedro, que passarei a chamar de Pedrinho, tem oito meses. Deus nos agraciou com um menino alegre e cheio de saúde. O Pedrinho, que vive em Sertanópolis, também é alegre, mas nasceu com leucinose, a “doença do xarope de bordo”, um erro inato do metabolismo que causa acúmulo de aminoácidos no tecido cerebral. Por causa disso, o bebê precisa ser alimentado com um leite em pó importado, que custa 800 reais a lata!
   A boa notícia é que a doença do Pedrinho é curável. Ele erá ter uma vida normal – desde que seja alimentado adequadamente agora. 
    Acontece que os pais do Pedrinho são pobres. E não podem esperar meses por uma decisão judicial, até que o leite em pó seja custeado pelo poder público. Eles precisam da nossa ajuda – agora.
   Sei que hoje em dia a situação econômica de todo mundo está difícil. A minha também está. Mas eu acho que o Pedrinho merece a nossa atenção. 
   Pedrinho merece um dia ver a roda gigante e as luzes do Parque Ney Braga. 
   Pedrinho merece correr entre as barracas que vendem cachorro quente, sanduíche de pernil e pamonha. 
   Pedrinho merece brincar com as ovelhas e ver os porquinhos dormindo na serragem. 
   Pedrinho merece tomar um sorvete e depois uma garrafa de água bem gelada.
   Pedrinho merece ver os peixes coloridos no grande aquário. 
   Pedrinho merece ouvir a voz simpática do Zezão Markiolke.
   Pedrinho merece conversar com Rodrigo Geara (que também tem um filho chamado Pedro. 
   Pedrinho merece ver os filhotes de cachorro e os periquitos que parecem por algum artista.
   Pedrinho merece tirar fotografias com os minihorses.
   Pedrinho merece passear na fazendinha e admirar o tamanho das máquinas agrícolas. 
   Pedrinho merece tudo isso. Hoje ele só tem oito meses e está lutando pela vida; ainda não pode curtir as atrações do Parque Ney Braga. Mas eu sonho com o dia em que os dois Pedros, o meu filho e esse pequeno lutador de Sertanópolis, vão passear juntos na exposição de Londrina. 
   Ontem, logo depois de acordar, abri um livro de Frederico Garcia Lopes e li um verso que sempre que surpreende: “Virão as iguanas vivas morder os homens que não sonham”.
   Eu sei que os meus sete leitores não deixam nunca de sonhar. Por isso, eu peço a eles que enganem a iguana e ajudem o Pedrinho a comprar o seu leite, assim como eu vou tentar ajudar também. Quem quiser, pode encaminhar um e-mail para a médica do Pedrinho, Dra. Maria Stela Paganelli (spaganelli@hotmail.com) ou entre em contato com esta coluna. 
   Vida longa a todas as crianças que se chamam Pedro! E a todas as outras também. (FONTE: Fale com o colunista: avenidaparana@folhadelondrina.com.br página 3, caderno FOLHA CIDADES, quarta-feira, 13 de abril de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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