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terça-feira, 29 de março de 2016

TRÂNSITO MAIS CIVILIZADO


   Mais de 40 mil brasileiros morrem todos os anos em acidentes de trânsito. Imprudência, embriaguez ao volante, desrespeito às leis de trânsito e problema mecânicos no veículo por falta de correta manutenção são alguns dos itens elencados pelas autoridades como fatores para as ocorrências. Todos esses “motivos” colocam o País entre os campeões de morte. Para se ter uma ideia, enquanto a média mundial é de 8,3 óbitos no trânsito para cada 100 mil habitantes, o Brasil registrou 19,9 mortes para cada 100 mil. O índice atingido no ano passado é absurdo, mas é o menor registrado desde 2010. 
   Por isso, toda redução no registro de acidentes e de mortes deve ser comemorada. É claro que como se tratam de vidas, qualquer número positivo é ruim, mas o importante que as estatísticas apontam para uma tendência de redução. Nesse feriado de Páscoa, o total de óbitos caiu de 19 (2015) para 14 (2016). Também houve menos acidentes: 242 , queda de 11,6% com relação ao mesmo o do ano passado. Importante acrescentar que o total de acidentes registrados anualmente nas estradas brasileiras também vem caindo: 7.391 (2015) , 7.526 (2013) e 7.594 (2012). 
   A redução é importante, mas é preciso ter em mente que ainda está muito longe do ideal. O Plano Nacional de Redução de Acidentes prevê a redução de 50% das mortes até 2020. É uma meta ambiciosa e se a redução continuar no atual ritmo provavelmente o País não a alcançará. Por isso, é de fundamental importância o desenvolvimento de políticas públicas integradas que foquem um trânsito mais civilizado. Também é de suma importância que um dos projetos a serem discutidos é o incentivo ao transporte coletivo. A prestação do serviço também precisa ser melhorada, mas o Brasil deve urgentemente investir em novos modais de transporte. É uma questão de sustentabilidade ambiental e de redução do tráfego, principalmente nas grandes cidades. 
   De qualquer forma, se por enquanto o meio ambiente não faz parte da da prioridade da maioria dos políticos, importante lembrar que os custos com acidentes consomem mais de 1% do Produto Interno Bruto, além das mortes registradas nas estradas. É um preço alto demais para o atual descaso. ( FOLHA OPINIÃO, opiniao@folhadelondrina.com.br págin a 2, terça-feira, 29 de março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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