Páginas

terça-feira, 29 de março de 2016

REGÊNCIA VERBAL


   Em gramática, regência é o nome que se dá a relação entre dois termos, em que um deles (regente) é complementado pelo outro (regido). Quando o termo regente é um verbo, temos a regência verbal. Por exemplo: na frase: “Ela comeu chocolate”, o verbo COMER é complementado pelo termo CHOCOLATE. 
   Quando um verbo não precisa de complemento, é chamado de INTRANSITIVO. Isso equivale a dizer que esse verbo tem sentido completo, como o verbo CHOVER, por exemplo. Se você diz simplesmente que “choveu”, não é necessário acrescentar mais nada para que a informação seja entendida. Você pode até dar mais detalhes, como “choveu ontem” ou “choveu muito”, mas, caso não faça isso, a frase continua sendo entendida. Outros exemplos de verbos intransitivos: “O bebê nasceu”, “Ela chegou”. “O filme acabou”, etc. 
Já quando o complemento é necessário, temos um verbo TRANSITIVO. Nesse caso, a ausência do complemento compromete o entendimento. É o que acontece com o verbo COMPRAR, pois se alguém disser apenas “Eu comprei”, mas não especificar o que foi comprado, a informação fica incompleta, comprometida. 
   Se o complemento se ligar ao verbo sem a necessidade de preposição, ele é OBJETO DIRETO, e o verbo, nesse caso, é classificado como TRANSITIVO DIRETO. Por exemplo: nas frases “Ele leu o livro”, “Nós vimos o filme” e “Ela fará a comida”, temos três verbos transitivos diretos ( ler, ver e fazer ), com seus respectivos objetos diretos ( o livro, o filme e a comida).
   Caso seja preciso usar uma preposição entre o verbo e seu complemento, é um VERBO TRANSITIVO INDIRETO, como nas frases “Eu não gosto DE pizza”, “O médico atendeu AO paciente” e “Nós simpatizamos COM a professora “. Notou as palavras destacadas? São as preposições, ligando os verbos a seus complementos. E um detalhe: elas não são opcionais, Aliás, quem nos indica qual é a preposição mais adequada para cada verbo é justamente a regência verbal. 
   Há ainda uma outra possibilidade: o verbo TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO, que necessita de dois complementos , um sem preposição (o OBJETO DIRETO) e outro com (OBJETO INDIRETO). Por exemplo: “Entreguei o dinheiro ao professor”. “Ela dará o presente à sua mãe”, etc. 
   É importante notar que, para entrar nessa classificação, o verbo deve conter a ideia de ação, caso contrário ele será, provavelmente, um VERBO DE LIGAÇÃO. É o que ocorre com os verbos SER, ( “A menina é bonita”), ESTAR “Ele está cansado”), FICAR (“Eu fiquei feliz”), entre outros. 
   Finalmente, você deve observar não só o verbo, mas a frase como um todo, pois muitos verbos de nossa língua admitem mais de uma regência, ou seja, mais de uma classificação. Veja os exemplos a seguir, com o verbo FALAR: 

1 – “ O bebê tem um ano e já FALA” – usado como intransitivo, sem complemento. 

2 – “Ele não FALOU a resposta” – aqui é transitivo direto, acompanhado do objeto direto ( a resposta).

3 – “Ela nunca FALA de mim” – a preposição DE indica que se trata de um verbo transitivo indireto, com “de mim” como objeto indireto. 

4 – “O chefe sempre FALA bom dia para todos” – verbo transitivo direto e indireto, com dois complementos: “bom dia” é o direto e “para todos” o indireto. 

Se achou complicado ou ficou com alguma dúvida, mande para nosso e-mail. Até a próxima terça! ( FLAVIANO LOPES – PROFESSOR DE PORTUGUÊS E ESPANHOL. Encaminhe as suas dúvidas e sugestões para bemdito@gmail.com página 5, caderno FOLHA 2, terça-feira, 29 de março de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

Nenhum comentário:

Postar um comentário